DataSenado mostra que maioria dos brasileiros apoia adiamento do Enem
Da Comunicação Interna | 22/05/2020, 18h42
Pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado mostra que a maioria dos brasileiros apoia o adiamento da prova do Enem 2020, conforme prevê o PL 1.277/2020, projeto de lei da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB). A proposta foi aprovada pelo Senado na terça-feira (19) e, agora, aguarda votação na Câmara dos Deputados.
De acordo com a pesquisa, 75% dos entrevistados acham muito importante adiar as provas de ingresso no ensino superior em períodos de epidemia, 14% consideram isso pouco importante, 8% acham nada importante e 3% não souberam ou preferiram não responder. A íntegra da pesquisa pode ser vista aqui.
Para a senadora, o resultado do levantamento comprova o que os parlamentares têm ouvido da população: que há uma disparidade muito grande entre os estudantes neste momento, com as aulas suspensas devido à covid-19. O que, destaca ela, pode se refletir no resultado das provas do Enem.
— Por força dessa suspensão, muitos alunos estão sem acesso à internet, sem acesso a instrumentos que possam dar a eles as mesmas condições de estudo e de competitividade dos alunos mais abastados, que têm um computador em casa, têm internet, têm um celular de última geração.
Daniella Ribeiro também ressalta que seu projeto foi apresentado quando o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmava que as provas do Enem não seriam adiadas, “numa clara demonstração de falta de sintonia com o Brasil real, quando estudantes estão perdendo familiares e se estressando em isolamento”. Na última quarta-feira (20), após a aprovação do projeto de Daniella no Senado, o Ministério da Educação anunciou o adiamento do Enem.
O projeto não estabelece uma data para as provas, mas determina que “os processos seletivos de acesso à educação superior serão prorrogados, automaticamente, até o momento em que estejam concluídas, em todo o território nacional, as atividades do ano letivo no ensino médio”.
Perfil
A pesquisa do DataSenado foi realizada entre os dias 18 e 20 de maio, por telefone. Foram entrevistados 1.200 brasileiros com mais de 16 anos. O instituto destaca que a amostra utilizada é representativa da opinião da população brasileira.
Esse foi mais um levantamento do instituto sobre propostas em discussão no Senado que visam minimizar os efeitos da covid-19. Segundo a coordenadora do DataSenado, Laura Nascimento, o objetivo é subsidiar o trabalho parlamentar na definição de prioridades durante a pandemia.
O perfil dos que responderam à pesquisa indica que 43% são do Sudeste, 27% do Nordeste, 15% do Sul, 8% do Norte e 8% do Centro-Oeste. Do total, 53% são mulheres e 47%, homens.
Em relação à faixa etária, 26% dos que participaram do levantamento têm entre 16 e 29 anos; 20%, de 30 a 39 anos; 18%, entre 40 e 49 anos; 16%, de 50 a 59 anos; e 21%, 60 anos ou mais. Quanto à escolaridade, 34% não completaram o ensino fundamental; 16% tem o ensino fundamental completo; 29%, o ensino médio completo; e 21%, o ensino superior incompleto ou mais.
Os entrevistados foram questionados também sobre sua cor e raça: 57% responderam negra, indígena ou amarela; 43%, branca. Quanto à ocupação, 60% disseram estar ocupados; 10%, desocupados; 27%, fora da força de trabalho; e 3% não souberam ou preferiram não responder.
A renda familiar de 64% dos que participaram da pesquisa é de até dois salários mínimos; de 16%, mais de dois até cinco; de 6%, mais de cinco salários; 15% não souberam ou preferiram não responder. A maioria (54%) é católica; 30%, evangélica; 16% pertencem a outras religiões ou a nenhuma; e 1% não souberam ou preferiram não responder.
Laura Nascimento lembra que, devido ao arredondamento, a soma dos percentuais em alguns casos pode ser diferente de 100%. Para números com decimal menor que 0,5, foi mantida a parte inteira. E para aqueles com decimal maior ou igual a 0,5, adicionou-se uma unidade à parte inteira do número.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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