Plínio Valério defende Zona Franca de Manaus e pede instalação da CPI das Ongs
Da Rádio Senado | 06/02/2020, 17h02
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) defendeu nesta quinta-feira (6) em Plenário a Zona Franca de Manaus, responsável pela geração de empregos, pelo desenvolvimento econômico e pela preservação da Floresta Amazônica. Ele criticou o corte dos incentivos fiscais, anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
— A colaboração que eu posso dar para este governo aqui, neste momento é: 'Deixem a Zona Franca em paz, que nós vamos manter os 90 mil empregos'. E mais: (...) 'Mundo, a floresta vai continuar em pé e de pé, por quê? Deixe-me falar para vocês: o [estado do] Amazonas preserva 97% da sua floresta — 97% da floresta'. Imaginem, o Amazonas tem 1,57 milhão de quilômetros quadrados, uma floresta imensurável, e está de pé, porque a Zona Franca, que não foi o objetivo, mas foi consequência, proporcionou à nossa floresta ficar em pé — declarou.
De acordo com Plínio Valério, o ministro da Economia, Paulo Guedes, insiste em acabar com a Zona Franca de Manaus, que ano passado empregou 92 mil pessoas, tendo já empregado anteriormente 146 trabalhadores. Para o senador, Guedes retira os incentivos fiscais garantidos na Constituição.
— Quando ele acena, quando ele afirma e diz que vai retirar o subsídio do polo de concentrados, que está em 8% [do total de renúncia fiscal]... Já foi de 20%, vai para 6% e vai para 4%. Ou seja, nos coloca no corredor da morte com data marcada para morrer. Eu não consigo entender: há tanto que se ocupar no país para gerar emprego, e o ministro Paulo Guedes se ocupa com a Zona Franca de Manaus permanentemente, permanentemente. São 92 mil empregos, 500 mil a 600 mil empregos indiretos num país que precisa, urgentemente, gerar emprego — disse, para quem mais de 90% da renúncia fiscal direcionados a estados do Sudeste têm sido poupados da tesoura do ministro.
CPI das Ongs
Ele também pediu a instalação da CPI das Ongs, cujo requerimento de criação já foi lido em Plenário. Ele disse que os partidos precisam indicar os nomes dos parlamentares que vão integrar o colegiado. O objetivo da CPI, disse o senador, não é "estigmatizar as Ongs". Mas apurar a atuação dessas organizações na Amazônia, para "assegurar a continuidade do trabalho das que, de fato, estão preocupadas não somente com a preservação da floresta, mas também com a vida dos que vivem na região".
Plínio Valério afirmou que a Amazônia precisa de "ações preservacionistas", por meio das quais seja possível conciliar a defesa do meio ambiente com os interesses dos habitantes da região. Segundo ele, essa postura é bem diferente da "conservacionista", defendida pelos que querem a Floresta Amazônica como um santuário que não pode ser explorado. Para ele, a visão conservacionista predomina na forma com que o poder público atua na região.
— E o caboclo da minha região não tem renda, mas ele tem de comprar o açúcar, porque ele não produz o açúcar, o sal e o óleo. Ele produz a farinha, ele tem a mandioca. Mas ele não tem renda. Como é que esse caboclo vai sobreviver? Ele vai vender um tracajá a mais, um pirarucu a mais. Ele vai derrubar uma árvore, fazer meia dúzia de tábuas e vender. Mas, se ele fizer isso, o Ibama está lá. Não para repreender, mas punir, porque a lei ambiental e seus tentáculos chegam lá para punir — disse.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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