Busca de qualidade de bibliotecas é foco de seminário promovido pelo Senado e pela Câmara

Da Redação | 12/03/2019, 15h05

Ações voltadas para incentivar a leitura e disponibilizar mais livros à população deram o tom do seminário promovido terça-feira (12), no auditório Antônio Carlos Magalhães, no Interlegis. O evento fez parte de série de atividades promovidas pelas bibliotecas do Senado e da Câmara dos Deputados em razão do Dia do Bibliotecário, celebrado nessa data.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) convidou a deputada federal Fernanda Melchonna (PSol-RS), ela mesma bibliotecária de formação, para atuarem juntos no Congresso Nacional em favor de iniciativas que confiram eficácia à legislação.

— É preciso incentivar mais, investir em tecnologia, infraestrutura e profissionais capacitados para levar bibliotecas para as escolas públicas deste país. Senão, vai ficar que nem a Lei 12.244/2010, que determinava a universalização da biblioteca nas escolas, que dificilmente será atingida — afirmou o senador.

A deputada apoiou a proposta e disse que trabalhará pelo Plano Nacional do Livro e da Leitura, no sentido de torná-lo uma política de Estado, voltada para formação de leitores e para cadeia produtiva do livro. Para ela, a média atual de 2,4 livros lidos por ano pelos brasileiros reflete a dificuldade em que se encontra a cultura nacional.

O Senado investe na qualidade do serviço e do acervo da biblioteca, disse por sua vez o diretor-executivo de Gestão do Senado, Márcio Tancredi, observando que o mundo atravessa uma revolução tecnológica que afeta a produção, o consumo e o transporte da informação.

— A qualidade da informação disponível [na internet] é inferior à do passado, quando as bibliotecas disponibilizavam o acesso ao livro. É necessário resgatar isso, senão daqui a pouco pode ter fake news até nas bibliotecas.

O presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, salientou que a entidade promove, com recursos próprios, o trabalho voluntário e a entrega de livros para salas de leitura em penitenciárias e hospitais, dentro e fora do país. Mediante convênio com a Marinha, foram destinados livros para países lusófonos, como Moçambique e São Tomé e Príncipe. Além disso, espera-se incentivar a leitura em oito aldeias indígenas situadas no Rio de Janeiro, em um trabalho efetuado em parceria com antropólogos.

— Precisamos construir a cultura da paz, da tolerância e da alteridade em nosso país como alternativa viável ao surgimento de um país fraturado, intolerante e que trará prejuízo para o futuro de nossas crianças.

O Seminário Diálogo Para Mudanças – o papel das bibliotecas como promotoras de mudanças continua na terça-feira (12) à tarde com uma mesa redonda sobre as perspectivas para mudanças na profissão de bibliotecário. Para quarta-feira (13), está prevista palestra sobre biblioteconomia social, a ser proferida pela professora Waldinéia Ribeiro de Almeida.

A programação completa dos eventos está disponível no hotsite.

Os seminários são uma realização conjunta do Senado, Câmara dos Deputados, Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (Ifla), Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e Comitê Interinstitucional de Cooperação Informacional e Bibliotecária (Cicib).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)