Seminários debatem atuação das bibliotecas como promotoras de mudanças na sociedade

Da Redação | 11/03/2019, 15h35

O Dia do Bibliotecário, 12 de março, está sendo comemorado no Senado com amplo debate sobre o papel das bibliotecas como promotoras de mudanças na sociedade. A abertura dos eventos foi nesta segunda-feira (11) em seminário com profissionais de 24 países no auditório Antônio Carlos Magalhães, no Interlegis. À tarde, uma mesa redonda e duas palestras dão continuidade aos eventos. Para terça (12) e quarta-feira (13), estão previstos mais seminários e palestras, em uma agenda extensa de atividades.

As bibliotecas do Senado e da Câmara se unem anualmente para promover eventos em homenagem ao Dia do Bibliotecário, sempre com apoio de parceiros. A programação deste ano começou com o Seminário Profissional da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias  — Seção América Latina e Caribe (Ifla — LAC).

— Todo o recurso voltado para biblioteca é um investimento, não um gasto. Estudos demonstram que para cada euro investido em biblioteca, há um retorno de 3,80 euros — afirmou na abertura do evento a presidente da Ifla, Glória Pérez-Salmerón.

Para a diretora da Biblioteca do Senado, Mônica Rizzo, a reunião de profissionais de diversos países também é uma oportunidade única para aprofundar o entendimento sobre o papel do bibliotecário na atualidade, bem como de unir forças em prol do bem comum.

— A Ifla inclusive está comprometida com uma das metas da educação da agenda 2030 da ONU, que preconiza a alfabetização universal.

A diretora da Biblioteca da Câmara dos Deputados, Janice Silveira, destacou os ganhos para a sociedade resultantes de eventos como esse.

— Agregamos ferramentas e formas de melhorarmos tanto a comunicação com a sociedade quanto o trabalho com parlamentares e o atendimento aos públicos interno e externo — afirmou.

A missão das bibliotecas foi o tema sobre o qual se debruçou um dos palestrantes da abertura, o professor da Universidade de São Paulo (USP) e jornalista Eugênio Bucci. Para ele, o momento atual no mundo é da pós-verdade, com predominância de fake news e distorção intencional das mensagens por boa parte dos meios de comunicação e de maus políticos.

— As bibliotecas devem, mais do que nunca, realizar seu papel histórico: propiciar o recolhimento, para que o indivíduo tenha acesso ao livro, ao autoconhecimento e a liberdade que isso acarreta; e fortalecer sua vantagem como local de encontro político, de pessoas que se associam para agir politicamente de forma livre.

Essas duas situações são alvos de constantes tentativas de interdição por parte da mídia e da política, o que para o professor é uma situação muito perigosa.

— Poucas instituições podem ser tão essenciais quanto as bibliotecas públicas para combater esses dois interditos — concluiu Bucci.

Para esta terça-feira, o tema do seminário será Diálogos para mudança, ressaltando o papel das bibliotecas como promotoras de mudanças na sociedade. Está prevista palestra com o professor e presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, e mesa redonda com bibliotecárias Marília Paiva (Universidade Federal de Minas Gerais), Célia Simonetti (Universidade Federal do Amazonas) e Gilvanedja Mendes. Na quarta-feira, a palestrante será a coordenadora do Sistema Estadual das Bibliotecas Públicas de Mato Grosso, Waldinéia de Almeira, que falará sobre biblioteconomia social.

A programação completa dos eventos está disponível no hotsite.

Os seminários são uma realização conjunta do Senado, Câmara dos Deputados, Ifla, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e Comitê Interinstitucional de Cooperação Informacional e Bibliotecária (Cicib).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)