Ângela Portela critica aumento de tarifas após privatização de distribuidora de energia de Roraima

Da Redação e Da Rádio Senado | 31/10/2018, 20h01

A senadora Ângela Portela (PDT-RR) criticou duramente, nesta quarta-feira (31), o aumento das tarifas de energia em Roraima. Para ela, o reajuste, acima da inflação, é resultado direto da privatização da Boa Vista Energia, empresa subsidiária da Eletrobras. Ela afirmou que a Boa Vista Energia foi privatizada a um preço muito baixo e que a gestão privada dificultará a implantação de programas sociais indispensáveis em regiões carentes.

A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou nesta terça-feira, 30 de outubro, um reajuste médio de 38,5% nas tarifas da Boa Vista Energia, num momento em que a inflação está em aproximadamente 4% ao ano, disse a parlamentar. As novas tarifas vigoram a partir de 1º de novembro, sendo que a Boa Vista Energia foi leiloada em agosto, explicou a senadora. A empresa pertencia à Eletrobras e foi comprada pela empresa Oliveira Energia, continuou Ângela Portela, para quem a privatização não teve transparência.

— A distribuidora atende 165 mil unidades consumidoras. Essa operação não foi tratada com qualquer transparência. Houve toques surreais no leilão, realizado em São Paulo, para privatizar a Boa Vista Energia, que acabou comprada por pequena empresa Oliveira Energia, que saltou repentinamente de revendedora de motores elétricos para concessionária de energia elétrica — afirmou.
A senadora alertou para as consequências negativas da privatização de empresas subsidiárias da Eletrobras, observando que os cidadãos roraimenses sofrerão com tarifas de energia ainda mais caras.
— A privatização da Eletrobras, de que o caso da Boa Vista Energia é apenas um episódio a mais. Representará renúncia a decisões estratégicas, que se transferirá do Brasil para empresários comprometidos apenas com o próprio lucro — criticou Ângela Portela.

Linhão de Tucuruí

Ela ainda chamou atenção para a “incompetência” do governo federal, que mantém o estado de Roraima dependente de usinas termelétricas caras e de má qualidade.

Ângela Portela cobrou a interligação de Roraima ao sistema nacional de eletricidade por meio do Linhão de Tucuruí, cujas obras teriam sido deixadas de lado em nome de “interesses escusos”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)