'Eleições limpas, serenas, transparentes e ágeis', avalia a presidente do TSE

Sheyla Assunção | 07/10/2018, 23h36

A "festa da democracia" transcorreu dentro da normalidade esperada para uma eleição geral num país de dimensões continentais, com a participação esperada de mais de 147,3 milhões de eleitores, disse neste domingo (7) a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Rosa Weber, ao avaliar as votações. Os cidadãos foram às urnas para escolher o presidente da República e os governadores de estado, senadores, além de deputados federais, estaduais e distritais.

— Eleições Limpas, serenas, transparentes e ágeis que permitem que, ao final da jornada, a soberania popular tenha se expressado de forma consciente e atendendo aos anseios da maioria — disse Rosa Weber na coletiva à imprensa por volta das 21 horas, em Brasília.

Para Rosa Weber, o principal desafio deste pleito foi o combate às fake news (notícias falsas). Na segunda coletiva à imprensa, Rosa Weber reafirmou a confiabilidade das urnas eletrônicas. Sobre postagens nas redes sociais com comentários e vídeos que mostram supostas fraudes nas urnas, Rosa Weber disse que algumas já foram apuradas, com o resultado de que eram falsas, e outras estão sendo investigadas.

— Reafirmo que nosso sistema eletrônico é auditável. Nunca houve fraudes. As fraudes fazem parte dos processos em que os seres humanos estão envolvidos. Uma vez denunciadas, podem ser apuradas e os eventuais culpados serão responsabilizados. Essa é a minha tranquilidade.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, também participou da coletiva e afirmou que aqueles que tentaram desmoralizar ou induzir à fraude foram e estão sendo investigados e serão punidos.

— Não encontramos nenhum indicador de que esses vídeos e fotos que viralizaram na internet tenham base fática. O sistema [eletrônico das urnas] demonstra sua rigidez e capacidade de traduzir a vontade do povo brasileiro que foi integralmente respeitada.

Troca de urnas

De acordo com o último balanço divulgado pelo TSE no início da noite de domingo, do total de 454.493 de urnas distribuídas pelo país, 2.400 foram substituídas, o que representa 0,46%. Em 2014, esse percentual ficou em 1,15%. A maior quantidade de equipamentos trocados ocorreu em Minas Gerais (487), Pernambuco (257) e São Paulo (232). Proporcionalmente, no entanto, os estados de Sergipe (1.73%), Roraima (1.29%) e Pernambuco (1.18%) lideram o ranking de substituição de urnas.

Houve o registro de votação manual em apenas três seções eleitorais no país, nos municípios de Três Coroas (RS), Botucatu (SP) e Juquiá (SP).

Ocorrências

Ao longo do dia, foram registradas 388 ocorrências diversas no país inteiro incluindo candidatos e não candidatos. Essas ocorrências envolvem situações como boca de urna, divulgação de propaganda e outras condutas proibidas em dia de eleição. Cinco candidatos foram presos nos estados do Rio de Janeiro (2), Paraíba (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (1). Entre os não candidatos, foram realizadas 144 pessoas prisões. A maior parte, 36 pessoas, foi presa em Santa Catarina.

Segurança

De acordo com Jungmann, cerca de 330 mil pessoas, incluindo integrantes da polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia civil, forças armadas, polícia militar, guarda municipal e guarda de transito foram mobilizadas para garantir que o pleito ocorresse com segurança e tranquilidade. Ele disse ainda que 35 mil veículos foram utilizados nessa tarefa.

Observação internacional

Pela primeira vez, o Brasil recebeu uma missão de observação da Organização dos Estados Americanos (OEA) para acompanhar as eleições, a convite do governo brasileiro. De acordo com o TSE, as missões de observação eleitoral “têm como meta aprimorar a cooperação para o aprofundamento da democracia. Sessenta observadores foram divididos em grupos para acompanhar as votações em todas as regiões do país, com foco no funcionamento das urnas eletrônicas, na organização do processo eleitoral, bem como no acesso dos eleitores aos locais de votação. Após o processo eleitoral, o grupo da OEA deverá apresentar um relatório com conclusões e recomendações ao Brasil e ao Conselho Permanente da organização.

Biometria

Neste ano, 59.31% dos eleitores foram identificados por biometria. Em 2014, o percentual foi de 15% do eleitorado. Esse por sinal, foi um fator que ocasionou demora em várias seções eleitorais pela dificuldade de reconhecimento da digital de alguns eleitores.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)