Imigração de venezuelanos para Roraima gera grande demanda por saúde e segurança

Da Redação | 27/02/2018, 15h53

Saúde e segurança são os principais problemas enfrentados pelos governos de Roraima e dos municípios afetados pelo fluxo massivo de imigrantes venezuelanos que chegam todos os dias ao Brasil.  Essa foi uma das conclusões do debate promovido nesta terça-feira (27) em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Milhares de imigrantes venezuelanos entraram no Brasil nos últimos meses, e continuam entrando, principalmente por Pacaraima, em Roraima. Eles deixam seu país por causa da prolongada crise político-econômica que atinge a Venezuela. O embaixador Tarcísio Costa, representante do Itamaraty, observou que o fluxo migratório exige mais investimentos em infraestrutura, saúde, segurança e educação. E observou que compromissos internacionais do Brasil impedem que o país feche as fronteiras.

— Nós somos um povo formado por imigrantes. Conflitaria muito com a lógica da nossa formação uma atitude de repulsa, de expulsão, não apenas com a nossa tradição, mas com os nossos compromissos internacionais — explicou.

Ao contrapor opiniões de que o Brasil está em crise e os investimentos devem ser destinados aos brasileiros, a representante da Cruz Vermelha, Carolina Soares, disse que as pessoas precisam de ajuda.

— A principal missão da Cruz Vermelha é atenuar o sofrimento humano. A gente vê esse povo sofrendo, essas pessoas precisando de ajuda, e não importa se é brasileiro ou não.

Da mesma opinião, a presidente da Comissão de Direitos Humanos, senadora Regina Sousa (PT-PI), defendeu um olhar humanitário sobre a imigração de venezuelanos.

— Espero que o Brasil olhe para isso dessa forma: com os olhos dos direitos humanos. Espero que o Brasil não entre na aventura de olhar com o olhar político, por exemplo, que os Estados Unidos entram — declarou.

O senador Telmário Mota (PTB-RR), autor do requerimento da audiência pública, disse que o governo federal tem ajudado, mas, em sua avaliação, a situação exige mais ações e investimentos, especialmente em saúde e educação.

— É preciso que o governo federal tenha esse olhar humanitário com o estado mais pobre da federação. E com certa rapidez, porque o caso exige. Roraima grita por socorro em todos os aspectos — disse o senador.

Também participaram da audiência pública o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, e representantes do Ministério dos Direitos Humanos, da Federação Humanitária Internacional, do Conselho Nacional de Imigração, das Nações Unidas para Refugiados e do Ministério da Saúde.

Da Rádio Senado

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)