Indicado para a ANA destaca importância do Fórum Mundial da Água

Sergio Vieira | 21/06/2017, 12h52

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou nesta quarta-feira (21), por unanimidade, a indicação do engenheiro Ricardo Medeiros de Andrade para a direção da Agência Nacional de Águas (ANA). A indicação (MSF 35/2017) segue para análise do Plenário do Senado.

O relator, senador Roberto Muniz (PP-BA), ressaltou que em seu novo posto Medeiros participará da coordenação do 8º Fórum Mundial da Água, previsto para ocorrer em Brasília em março do próximo ano.

Medeiros destacou a relevância do Fórum, que reunirá durante uma semana os maiores especialistas, gestores e ativistas do setor em todo o planeta. O sabatinado afirmou acreditar que ele pode produzir na sociedade brasileira uma inflexão comparável à da Rio-92 no que se refere à conscientização sobre as causas ambientais como um todo.

— O Fórum é o ambiente mais propício para engajar os mais diversos segmentos em políticas públicas. Não é exatamente um evento científico, porém lá estão cientistas de quase 150 países. Também não se caracteriza como um evento da ONU ou político, porém lá também estão gestores e especialistas de todo o mundo. Assim como não é um evento propriamente civil, mas lá marcam presença dezenas de milhares de ativistas e cidadãos engajados na causa — destacou Medeiros, lembrando que para esta 8ª edição é prevista a presença de mais de 30 mil participantes.

Para ele, o fato de o Brasil sediar o Fórum torna-se ainda mais relevante neste momento, em que crises hídricas atingem diversas regiões, incluindo a própria capital que sediará o megaevento.

Medeiros acredita que o quadro aponta para uma oportunidade única de conscientizar mais a população sobre a importância de se adotar uma atitude de responsabilidade e de uso reflexivo, desde o consumidor individual a grandes usuários presentes em cadeias industriais. O engenheiro também vê que permanece um desafio conscientizar mais os brasileiros sobre a importância da preservação de seus rios e mananciais.

Compensações ambientais

Questionado por Muniz e Wellington Fagundes (PR-MT), Medeiros anunciou que pretende priorizar na ANA uma mudança na gestão de nossos recursos, passando de um modelo que ainda avalia como "mais punitivo" para um outro "incentivador de práticas conservacionistas".

Atuando já há 12 anos na ANA, o engenheiro lembrou de acordos que pôde presenciar com a participação do Ministério Público, em termos de ajustamento de conduta (TAC) que o órgão avalia como positivos em cidades como Goiânia e Campo Grande.

— Este é meu grande sonho como gestor. Precisamos sair da política de comando e controle para uma política de compensações a iniciativas. É possível conduzir sem penalizar. É o programa de pagamento por serviço ambiental, que é em grande parte financiado por compensações ambientais propostas em TACs. Já temos experiências positivas e estamos abertos, temos uma carteira de iniciativas que podem se fazer valer por meio desta política pública — disse.

Medeiros ressaltou ainda que conta com o Senado em aprimoramentos na gestão das compensações ambientais, uma vez que a política pública está sendo avaliada por Wellington Fagundes no âmbito da CMA.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)