Essa é a maior greve da história do país, avalia Paulo Paim

Da Redação | 28/04/2017, 11h33

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou em Plenário que a paralisação desta sexta-feira (28) é a maior greve geral da história do Brasil. Segundo ele, o povo brasileiro não é covarde e não deixaria que governo e Congresso fizessem o que bem entendessem sem uma reação.

— Quem não conhece nossa gente cutuca com vara curta, e esse povo está reagindo. Essa é a maior greve da história. O governo conseguiu unificar todos.  O brasileiro não pode receber essas propostas que arrancam direitos conquistados com muita luta. Ou alguém acha que esses direitos previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e na Constituição foram dados de graça? — indagou.

O parlamentar  fez duras críticas à proposta de reforma trabalhista, classificada por ele como desumana, e lembrou que as pessoas vão guardar a lista dos que "rasgaram a CLT". Segundo ele, os deputados que votaram a proposta não vão se reeleger.

CPI da Previdência

Ao criticar a reforma da Previdência, Paulo Paim lembrou que já está instalada uma comissão parlamentar de inquérito, da qual ele será o presidente, para investigar e mostrar quem está roubando o dinheiro do sistema.

— E vou dar o nome dos mil maiores devedores. E ultrapassa muito os R$ 500 bilhões. Na CPI não haverá malandragem não. Estou convicto. Se alguém pensa que alguém vai oferecer alguma coisa ou vantagem para algum senador, tira o cavalo da chuva. Primeiro porque vamos denunciar de cara. Vem oferecer propina para mim, vem? E essa CPI é a da verdade — afirmou.

Direitos Humanos

O senador informou que na próxima reunião da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, na terça-feira (2), ele vai mostrar quem "de fato" são os autores do parecer da reforma trabalhista aprovada na Câmara dos Deputados. Segundo o parlamentar, os autores na verdade são entidades do empresariado nacional.

— Vamos mostrar provas: dia, hora e onde. Quem fez o quê. Isso é obra da elite do empresariado brasileiro —denunciou.

Renúncia

O senador dirigiu-se ainda ao presidente Michel Temer, pedindo que ele retire as propostas de reformas da previdência e trabalhista.

Presidente, retire essas duas propostas. Eu sei que a pressão é dos banqueiros e da elite, daqueles 3% bilionários do nosso País. Mas atenda ao povo e retire essas duas propostas. Se você acha que não dá, há outra possibilidade, que eu já falei em outros lugares e repito: renuncie, é legítimo. Não é a primeira vez na história do país que um presidente renuncia, porque entende que o interesse do povo brasileiro está em xeque, e eles não concordam com isso que está acontecendo. Repito: eu renuncio se você renunciar. E vamos para as eleições gerais para o Congresso e para a Presidência da República.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)