Pesquisa revela que adolescentes LGBT sofrem 'bullying' e se sentem inseguros
Da Redação | 22/11/2016, 19h49
Pesquisa com adolescentes brasileiros gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros mostra que 73% sofrem bullying e 37% já apanharam na escola. Os números foram apresentados nesta terça-feira (22) em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
A pesquisa foi feita de janeiro a março por organizações não-governamentais em seis países da América Latina: Argentina, Brasil, Peru, Colômbia, Uruguai e Chile. O objetivo era detectar problemas sofridos pelos alunos LGBT. Os resultados podem ajudar os governos em políticas que melhorem o ambiente escolar prevenindo, por exemplo, o suicídio juvenil.
No Brasil, foram ouvidos 1.016 estudantes de 13 a 21 anos. Sessenta por centro disseram se sentir inseguros na escola, 73% foram agredidos verbalmente, 48% ouvem comentários homofóbicos e 27% foram agredidos fisicamente. Já 36% acham a escola ineficaz para evitar agressões.
Para Toni Reis, coordenador da pesquisa no Brasil e secretário de educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, os dados são alarmantes. É preciso criar políticas públicas que minimizem essas situações.
A senadora Fátima Bezerra considerou muito importante que os professores de toda rede de ensino pública e privada tomem conhecimento da pesquisa.
- A pesquisa precisa chegar ao chão das escolas, precisamos acabar com a intolerância e o ódio no Brasil, principalmente neste momento de ataques à democracia – firmou.
Ela acrescentou que iniciativas como o projeto Escola Sem Partido, apelidada de Lei da Mordaça, só incentiva a intolerância. Em sua opinião, não se pode aprovar legislações que “atacam os direitos humanos, tirem a liberdade de expressão dos professores e calem o censo crítico dos estudantes”.
Além da senadora, participaram do debate a coordenadora-geral do Conselho Nacional de Combate à discriminação e Promoção dos Direitos Humanos da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Kátia de Andrade; o diretor de Políticas de Educação em Direitos Humanos do Ministério da Educação, Daniel de Aquino; o presidente da Fundacíon Todo Mejora, Julio Dantas, coordenador internacional da pesquisa; e a oficial de projetos de setor de Educação da Unesco, Mariana Braga.
Com informações da TV Senado
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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