Congresso exalta Campanha da Fraternidade sobre saneamento básico

Da Redação | 15/02/2016, 14h47

A preocupação com a epidemia de dengue e ao risco do aumento de casos de zika e chicungunha predominou nos discursos proferidos durante sessão solene do Congresso Nacional realizada nesta segunda-feira (15) no Plenário do Senado em homenagem à Campanha da Fraternidade de 2016, relacionada ao direito à saúde e ao saneamento básico.

A campanha deste ano tem como tema "Casa comum, nossa responsabilidade". A exemplo de anos anteriores, a Campanha da Fraternidade é promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em conjunto com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), da qual fazem parte, além da Igreja Católica, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, a Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Presbiteriana Unida e a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.

Mais de 100 milhões de pessoas carecem de serviços básicos de tratamento de esgoto e coleta de lixo no Brasil, lembraram os convidados para a sessão solene. O presidente do Senado, Renan Calheiros, lamentou os problemas e lembrou que têm facilitado a propagação de doenças como dengue, zika e chicungunha. Para ele, a campanha vai ajudar a sensibilizar a população e autoridades:

— A proliferação dengue, zika e chicungunha se deve à boa vida que temos dado ao  mosquito aedes aegypti  - disse o presidente do Senado, que elogiou a campanha.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que solicitaram conjuntamente a realização da sessão solene, também falaram da facilidade com que doenças se disseminam no Brasil em razão da falta de saneamento básico. De acordo com o senador o Brasil tem colocado, historicamente, a questão do saneamento em segundo plano.

— É óbvio que o Brasil teria calamidades por conta do problema do saneamento. É positivo e alvissareiro que a CNBB tenha escolhido o tema para a campanha — disse Cristovam.

Raul Jungmann acrescentou que o carência de água potável e tratamento de esgoto aflige principalmente periferias e regiões rurais, o que evidencia as desigualdades sociais do país.

— Temos o dever e compromisso de romper com esse passado que nos leva a viver a tragédia da dengue, da zika e da chikungunya. Essas são doenças da pobreza, do descaso — avaliou.

Mobilização

O presidente da CNBB, Dom Sérgio da Rocha lembrou as palavras do papa Francisco. O pontífice escreveu em mensagem por ocasião da abertura oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 que “o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é condição necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da pobreza e da fome, para a superação dos altos índices de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sustentabilidade ambiental”.

Dom Sérgio da Rocha fez ainda um apelo para que senadores e deputados aprofundem a discussão sobre saneamento básico.

— A falta de saneamento básico destrói a casa comum, a família comum que habita essa casa, especialmente os mais pobres. A falta de saneamento básico mata.

O presbítero Daniel Gonçalves Amaral Filho, da Igreja Presbiteriana Unida, conclamou toda a sociedade a se unir pela campanha e mobilizar-se em torno de planos municipais de saneamento básico e da eliminação de focos de mosquitos aedes aegypti. Ele pediu ainda consciência no uso sustentável da agua e dos recursos naturais.

— O Brasil está vivenciando uma crise hídrica e do saneamento básico. É um momento urgente de tomada de consciência por parte daqueles que se preocupam com a vida no planeta — disse.

Além de deputados e senadores, participaram da sessão solene autoridades como o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)