Capiberibe pede que Gilmar Mendes permita decisão sobre doações de empresas nas eleições

Da Redação e Da Rádio Senado | 09/02/2015, 16h26

O senador João Capiberibe (PSB-AP) fez um apelo para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes dê continuidade ao julgamento do processo que pode acabar com o financiamento privado de campanhas eleitorais.

O julgamento foi interrompido em abril do ano passado por um pedido de vista de Gilmar Mendes. A votação estava em seis a um contra as doações de empresas privadas, um placar que, em tese, não poderia ser revertido.

João Capiberibe lembrou que o financiamento privado de campanhas eleitorais faz com que o comprometimento dos eleitos deixe de ser com os interesses da sociedade e passe para a defesa dos interesses dos financiadores das campanhas.

— É importante que a gente finalmente tenha o desenlace dessa questão. Isso deveria ter sido feito pelo Parlamento na reforma política. Já que o parlamento se mantém inerte e imobilizado diante dos grandes interesses, os ministros do STF tomaram essa decisão, restando apenas o voto do ministro Gilmar Mendes. A minha expectativa é que esse voto seja dado o mais breve possíveldisse o senador.

O senador João Capiberibe afirmou também que a bancada do PSB no Senado não deve apoiar, num primeiro momento, a criação de uma CPI para apurar as irregularidades na Petrobras.

Ele informou que o partido deve aguardar a manifestação do Ministério Público sobre o caso. Essa cautela pode evitar constrangimentos no caso de o Congresso Nacional iniciar a CPI e, posteriormente, o Ministério Público, eventualmente, indiciar algum parlamentar integrante dessa mesma comissão.

O senador ainda defendeu a profissionalização do serviço público, com o fim das indicações partidárias para a composição dos órgãos da administração pública, cujos cargos devem ser ocupados por servidores de carreira. Ele acredita que essa medida pode reduzir a corrupção no serviço público.

João Capiberibe ainda cobrou do PT uma manifestação sobre a acusação que pesa contra o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, de ter recebido propina entre US$150 e US$ 200 milhões.

O senador também está preocupado com a série de medidas do governo para equilibrar as contas públicas e enfrentar a crise econômica, especialmente as que retiram direitos dos trabalhadores, como o aumento do tempo de carência para receber o seguro-desemprego.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)