Senadores do PT são contra nova CPI da Petrobras

Da Redação | 02/02/2015, 19h43

Senadores do PT não acreditam que uma nova comissão parlamentar de inquérito sobre irregularidades na Petrobras consiga investigar profundamente as denúncias de corrupção na estatal.

Questionados sobre a possibilidade de uma nova comissão de inquérito no Congresso Nacional sobre o assunto, membros da base governista no Senado criticam a iniciativa, pois a consideram inócua.

Humberto Costa (PT-PE), líder do partido, ressalta que as duas comissões que trataram do tema ao longo do ano de 2014 — uma apenas no Senado e uma mista, composta por deputados e senadores — não trouxeram fatos novos.

— Nenhuma delas identificou qualquer coisa que já não estivesse sendo investigada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal — lembrou.

A CPI do Senado, instaurada em 14 de maio, se reuniu até julho e não teve atividades no segundo semestre. A CPMI começou seus trabalhos em 28 de maio e foi mais movimentada, tendo reuniões até dezembro.

Ambas compartilharam o mesmo relatório final. O texto pediu o indiciamento de 52 pessoas e apontou prejuízos para a Petrobras na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, além de identificar “fortes indícios” de pagamento de propinas.

Gleisi Hoffman (PT-PR) afirmou não acreditar que o Congresso tenha os meios adequados para realizar uma investigação profunda a respeito das denúncias que envolvem a empresa.

— A investigação está sendo feita pelos órgãos competentes. O Ministério Público, o Judiciário e a Polícia Federal são muito mais competentes do que esta Casa para isso — afirma a senadora.

Ela vê como “bem possível” que parlamentares de oposição consigam as assinaturas necessárias para a abertura de uma nova CPMI. Os partidos que criticam o governo já se mobilizam para viabilizar a comissão e também tentam fazer avançar inquéritos sobre outras áreas do setor público, como o BNDES.

No entanto, Gleisi condena esse movimento da oposição, que ela classifica como “um circo”.

— A oposição deveria ter uma postura mais útil para o Brasil. Espero que parem de fazer do Congresso um espaço para discursos fáceis e acusações — disse.

Humberto Costa pediu cautela e tranquilidade para que os pedidos de comissões de inquérito não acabem por causar uma banalização.

— Isso reduz um instrumento importante de investigação a um palco de disputa política, vulgarizando esse mecanismo. É preciso discutir se vamos por esse caminho ou não — advertiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)