Governo aposta em crescimento elevado e inflação baixa em 2008

Da Redação | 31/08/2007, 17h32

O projeto do orçamento federal para 2008 que o Executivo encaminhou ao Congresso nesta sexta-feira (31) mantém o otimismo do governo, apesar dos temores quanto à economia mundial. Cumprindo o que está na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), preparada há quatro meses e aprovada pelo Congresso em meados de julho, o orçamento trabalha com uma inflação (IPCA) de 4% no ano que vem e com um crescimento econômico de 5%. O documento prevê que a economia nacional fechará 2007 com crescimento de 4,7%, enquanto a inflação encerrará este ano com 3,68%.

O otimismo do governo se reflete nas previsões sobre investimentos e arrecadação de tributos. Os investimentos diretos da União serão os maiores da última década, devendo chegar a R$ 30,2 bilhões em 2008, um aumento de 15,2%, comparando-se com 2007. Os investimentos das empresas estatais vão disparar, batendo em R$ 62,1 bilhões - aumento de 23,9%.

A arrecadação federal vai bater recorde (+11% líquidos), chegandoa R$ 565,6 bilhões, somando todos os tributos e contribuições, inclusive para a Previdência Social.

Em entrevista à imprensa, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu que a arrecadação federal terá aumento real, mas creditou o fato ao crescimento econômico e ao aumento do número de trabalhadores com carteira assinada, os quais passam a contribuir para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com isso, depois de 13 anos de elevação constante, o déficit da Previdência (RGPS) poderá ter uma queda - os R$ 45 bilhões deste ano poderão ser reduzidos para R$ 41,6 bilhões em 2008.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a arrecadação federal passará dos 24,17% previstos neste ano para 24,9% em 2008. O Plano Plurianual (PPA) 2008/11, também divulgado nesta sexta-feira (31), prevê que as receitas federais avançarão constantemente até 2010, ano em que ficarão em 24,9% do PIB, caindo para 24,7% em 2011.Ou seja, o último ano do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva coincidirá com a maior arrecadação federal em relação ao PIB.

Apesar do aumento da arrecadação, o orçamento não terá folgas, porque os gastos sobem na mesma proporção. As despesas obrigatórias da União vão crescer9,7% em 2008, comparando-se com este ano. Os gastos com pessoal e encargos sociais apresentarão uma conta de R$ 130,8 bilhões, um crescimento de 10,1%.

Na entrevista em que falou do orçamento, o ministro Paulo Bernardo fez questão de chamar atenção para os aumentos de gastos com investimentos (+ 21% no geral)e com a área social (+16,6%). As despesas com a areal social passarão de R$ 62,5 bilhões neste ano para R$ 72,9 bilhões em 2008. O orçamento da saúde pulará de R$ 39 bilhões para R$ 42,5 bilhões, descontado o pagamento de pessoal. O orçamento da educação também irá crescer, passando de R$ 9,6 bilhões para R$ 12,7 bilhões. As políticas de combate à fome serão igualmente beneficiadas, passando de R$ 10,4 bilhões para R$ 13,2 bilhões.

Ao lado disso, o governo trabalha com os melhores números dos últimos anos em câmbio e taxa de juros. A equipe econômica projeta um dólar negociado na média de 2008 a R$ 1,98.Já a taxa de juros (Selic) baixará na média de 11,85% em 2007 para 10,10% na média de 2008. Descontada a inflação que o próprio governo projeta para o ano que vem, isso quer dizer que a taxa de juros real deverá ficar em 6,1% , em média, no ano.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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