Cinza pode ser colocada em anel ou transformada em diamante

Da Redação | 13/08/2013, 00h00

 

Sala onde se faz a cerimônia do adeus no Crematório Primaveras, em SP:

a cremação ocorre depois e não é vista pelos familiares Foto: Divulgação

 

 

 

Ricardo Westin

 

 São incontáveis os destinos que se podem dar às cinzas resultantes da cremação. Elas podem ser lançadas (ou aspergidas, como se diz no jargão funerário) num local que era especial para o falecido — em alto-mar ou num parque, por exemplo.

Podem ser guardadas dentro de um enfeite de mesa que ficará em casa. Podem, em pequenas quantidades, ser inseridas em anéis ou medalhas que serão distribuídas entre os parentes.

Para as famílias que sentem necessidade da referência física, as cinzas podem ser plantadas na terra com uma muda de árvore. Também podem ser enterradas num jazigo de cemitério.

Trilha sonora

Para as famílias mais extravagantes, há crematórios no Paraná e em Santa Catarina que oferecem transformar as cinzas humanas em diamantes — o serviço é executado por uma empresa da Suíça — ou enviá-las para o espaço dentro de um satélite americano. Cada um dos serviços sai por mais de R$ 15 mil.

Antes da cremação propriamente dita, as famílias podem realizar o velório e, no crematório, uma cerimônia de despedida. Essa cerimônia costuma ser conduzida por religiosos ou pelos próprios familiares. Os crematórios normalmente disponibilizam música para a despedida. Entre as mais tocadas, estão My Heart Will Go On, do filme Titanic, e Unchained Melody, tema principal de Ghost — do outro lado da vida. Terminada a cerimônia, na capela ecumênica da maioria dos crematórios, o caixão desce para o subsolo (onde fica o forno), numa espécie de elevador, num movimento que lembra o do sepultamento.

— A família não vê o forno e não assiste à cremação. Nem sequer fica sabendo o momento exato em que ocorrerá. Damos um prazo de sete dias para entregar as cinzas. Fazemos isso para que a família não fique com aquele pensamento que pode ser angustiante: “Meu ente querido está sendo queimado agora”. Um único corpo é cremado por vez. Não existe cremação coletiva. Na hora de entregar as cinzas à família, fazemos outra cerimônia. O processo todo é muito respeitoso — explica Jayme Adissi, dono do Crematório Primaveras, em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)