Campanha de vacinação contra raiva em Alagoas: medida é essencial para

evitar que animais contaminem o homem

 

Encefalite viral grave, a raiva apresenta dois ciclos principais de transmissão: o urbano e o silvestre. No primeiro, as fontes de infecção mais comuns são o cão e o gato. No segundo, o morcego hematófago (que se alimenta de sangue). De acordo com o Ministério da Saúde, nas duas últimas décadas houve uma redução significativa no número de casos humanos registrados por ano, caindo de 173, em 1980, para 17 em 2003, sendo o cão o principal transmissor.

Todos os estados disponibilizam, na rede de serviços de saúde, vacina de alta qualidade para a profilaxia da raiva humana, tanto para antes da exposição ao vírus (vacinação, indicada para profissionais que correm esse risco, como veterinários e pesquisadores) quanto para depois de uma potencial infecção (administração de imunobiológicos, o que é eficaz somente antes de o vírus atingir o sistema nervoso central, quando têm início as manifestações clínicas da doença). Atualmente, os casos se concentram nas regiões Norte e Nordeste. 

Ainda conforme o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, o aumento de casos de raiva em outros mamíferos, como morcegos, raposas e saguis, e a identificação de variações do vírus apontam para uma mudança no perfil epidemiológico da doença no país, com a caracterização dos ciclos aéreo e silvestre terrestre, além do urbano e do rural. O ministério está promovendo debates para adotar novas estratégias no controle da raiva, como a que ocorreu no Recife com um adolescente que foi mordido por um morcego e, após quase um ano internado, recebeu alta.

O tratamento do jovem, iniciado em outubro de 2008, contou com a troca de informações entre a equipe médica do Hospital Oswaldo Cruz, o Ministério da Saúde, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, e médicos norte-americanos que desenvolveram um tratamento baseado em antivirais, sedativos e anestésicos injetáveis e conseguiram curar, em 2004, uma paciente na cidade de Milwaukee. O tratamento ficou conhecido como Protocolo de Milwaukee.

O senador Augusto Botelho (PT-RR), que é médico, alerta para a importância da vacinação dos cães e gatos e recomenda que a pessoa mordida por animal selvagem ou doméstico procure imediatamente o centro de zoonoses ou um centro de saúde. Ele também ressalta os resultados da aplicação no Brasil do Protocolo de Milwaukee.

¿ Os casos de cura são exceção. A boa notícia é que o governo debaterá com especialistas mudanças nos protocolos de tratamento da raiva humana ¿ disse.


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