Espionagem na Petrobras gera reação

Da Redação | 10/09/2013, 00h00

Vanessa Grazziotin defende adiamento do leilão caso haja insegurança Foto: Waldemir Barreto
Segundo Pedro Simon, edital já vinha sendo criticado por especialistas Foto: Waldemir Barreto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

André Falcão

 

As denúncias de que a ­Petrobras teria sido alvo de espionagem dos Estados Unidos repercutiram ontem no Senado. Após reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, que apontou a empresa brasileira como um dos alvos das interceptações, senadores foram ao Plenário pedir o cancelamento do leilão para exploração de petróleo no Campo de Libra, localizado na camada de pré-sal na Bacia de Santos (SP), marcado para 21 de outubro.

— É muito provável que a espionagem tenha recolhido informações estratégicas sob

Rodrigo Rollemberg sugere vetar empresas norte-americanas em leilão Foto: Waldemir Barreto
Randolfe Rodrigues: “Fica latente que o interesse é econômico” Foto: Waldemir Barreto

re esse campo, informações que outras empresas não têm e que apenas as empresas americanas teriam — destacou Rodrigo ­Rollemberg (PSB-DF).

Na mesma linha, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que o leilão está sob suspeita e pediu à presidente da República, Dilma Rousseff, a suspensão imediata do processo. O senador disse que o PSOL estuda recorrer ao Supremo Tribunal Federal com o objetivo de cancelar o leilão.

— Já está viciado. É um leilão de cartas marcadas. Não há como ele ser realizado — afirmou o senador, que apontou “latente interesse econômico” na questão.

Pedro Simon (PMDB-RS) também disse considerar “prudente” o adiamento. Ele lembrou que os termos do edital já vinham sendo criticados por especialistas mesmo antes da denúncia de espionagem. Ressaltou o fato de que o potencial do Campo de Libra, entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris, desperta “a atenção e a cobiça” de empresas de vários países. Para ele, empresas norte-americanas poderiam ser favorecidas com a espionagem sobre a Petrobras.

— Isso é realmente dramático. O que está parecendo é que a espionagem do governo é usada como pirataria, inclusive para favorecer as empresas ­americanas — afirmou.

Presidente da CPI da Espionagem, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) falou sobre a insegurança gerada pelas denúncias e frisou que não é possível manter o leilão, a não ser que haja “absoluta certeza” de que os dados não foram vazados.

Ela leu nota enviada à produção da TV Globo pelo diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, na qual ele afirma que “não é segredo” a coleta de informações que sirvam aos Estados Unidos e seus aliados como “alerta precoce” sobre problemas financeiros de repercussão mundial.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)