Situações do cotidiano aproximam internauta de conceitos complexos

Da Redação | 26/02/2013, 00h00

Construir uma linguagem apropriada aos jovens, que simplificasse conteúdos técnicos e muitas vezes herméticos, utilizando recursos multimídia, foi um grande desafio para a equipe do Senado que desenvolveu o Orçamento Fácil.

— O núcleo do projeto, formado por cinco pessoas, não tinha experiência em animação. Foi difícil achar o melhor caminho. No final, o resultado foi inovador — avalia Cíntia Sasse, do Jornal do Senado, que atuou na produção do conteúdo.

A escolha do tipo de ilustração envolveu pesquisas e estudos de personagem.

— Levantei o que existia nas mídias para esse público. Pesquisei animação e história em quadrinhos no Brasil, na Itália, no Japão e nos EUA — diz o produtor de infografia do Jornal do Senado Cássio Costa, responsável pelas ilustrações.

Segundo ele, a ideia inicial era utilizar o estilo das animações japonesas (animes).

— O estudo de personagem, porém, mostrou que não há relação direta entre esse estilo e o êxito na comunicação com o público juvenil — explica.

Diego Jimenez, também do Jornal do Senado, dedicou-se a pesquisar na internet projetos com o mesmo objetivo do Orçamento Fácil.

— Consideramos as nossas limitações técnicas, tanto em relação a equipamento e a software para animação quanto a pessoal — diz Jimenez, responsável pela animação dos desenhos.

Parte da equipe foi treinada pelo chefe da Videografia da TV Senado, André Mendes, para utilizar o Adobe After Effects, ferramenta empregada para animar as ilustrações.

 

Caderno


O primeiro resultado foi um vídeo com desenhos realistas. No entanto, conversas informais com profissionais de animação, como os premiados Elvis Kleber e Ítalo Cajueiro, mostraram que a opção, além de demorada, poderia não ser eficaz na comunicação com os jovens.

— Colocamos o pé no freio e repensamos o projeto, do roteiro à animação. Foi a grande virada para chegarmos à forma atual — conta o responsável pelo roteiro e finalização do projeto, Bernardo Ururahy, da Agência Senado, formado em Cinema.

Criou-se uma identidade visual que, de modo despojado, se aproximasse do estudante, sem perder os atrativos para outros públicos.

— Foi assim que surgiu a ideia da folha pautada como cenário, que sugere as linhas de um caderno escolar — diz Cássio Costa, formado em Desenho Industrial.

Pequenas histórias do cotidiano, narradas pelo locutor da Rádio Senado Ricardo Nakaoka, são facilmente compreendidas pelo internauta.

— A narrativa estabelece um conflito que será resolvido pela apresentação do conceito que queremos comunicar — explica Ururahy.

As histórias são contadas em cada vídeo de forma independente, permitindo ao internauta criar sua própria ordem de consulta.

— O desenho da página está voltado para se adequar aos dispositivos móveis, com ajustes automáticos à tela de smartphones e tablets, permitindo navegar tão facilmente quanto num computador — afirma o produtor de multimídia da Agência Senado Wilton Rodrigues, que desenvolveu o site.

Os conteúdos estão distribuídos em canais, que podem ser atualizados com novos vídeos e recursos multimídia, como infográficos, fotos, entrevistas, links e textos.

— É um projeto modular que pode abrigar vários tipos de informação — conclui Rodrigues.

 


Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)