Comissão instalada em 17 de setembro tem inspiração em iniciativa do Senado do Chile e foi sugerida por Cristovam Buarque para promover debates sobre grandes temas
Pedro Pincer

Como fazer o Brasil do futuro virar o Brasil no futuro. Assim, Cristovam Buarque (PDT-DF) descreveu o objetivo do novo colegiado da Casa. Instalada no último dia 17 pelo presidente Renan Calheiros, a Comissão Senado do Futuro tem a intenção de promover discussões sobre grandes temas e aprimorar a atuação do Senado nessas questões.

“O futuro dependerá daquilo que fazemos concretamente aqui no presente.” Citando a frase do líder indiano ­Mahatma Gandhi, Renan explicou o intuito da comissão.

— Teremos a missão de promover discussões sobre grandes temas e principalmente sobre o futuro do Brasil, como uma das nações mais promissoras, além de ­aprimorar a atuação do Senado para contribuir efetivamente com as gerações que haverão de nos suceder.

Presidida por Luiz Henrique (PMDB-SC) e relatada por Cristovam, a comissão é composta por dez senadores e vai discutir temas como pacto federativo, o atual sistema de saúde e maneiras de enfrentar a violência urbana (veja lista completa no quadro). A primeira reunião está prevista para 14 de outubro e pretende debater o pacto federativo.

A ideia do relator, que contou que  a comissão é inspirada em um colegiado semelhante no Chile, é que os debates sejam quinzenais e que cada um seja, posteriormente, formatado para publicação. Para Cristovam, as reuniões da Comissão Senado do Futuro vão ter um viés diferente do dos outros colegiados da Casa.

— Uma coisa que me ­incomoda é quando vejo que a gente quer debater os problemas e as pessoas vêm aqui dizer o que já estão fazendo. Os participantes deverão receber roteiros das questões que a comissão deseja responder em seus relatórios, de maneira a evitar que divaguem ou fiquem apenas mostrando o que já tem sido feito no passado. Eu quero saber, especialmente dos representantes do governo, o que falta fazer.

Luiz Henrique demonstrou entusiasmo em estar à frente da nova comissão.

— Presidir esta comissão é realizador porque ela significa tudo a que me propus quando fui diplomado senador. Vamos levar para o Senado outra visão: a de que o Brasil precisa fazer um esforço na área da pesquisa científica e tecnológica, não apenas pelo aumento dos investimentos governamentais, como fizemos aqui, mas também no incentivo às inversões do setor privado que, diferentemente dos países que lideram a inovação, aplicam no Brasil muito menos do que o setor público no desenvolvimento de produtos de valor agregado.

Ele salientou a importância de o Brasil estar alinhado aos países que investem fortemente em ciência e tecnologia.

—Precisamos estar ao lado dos países líderes da inovação. Essa é a esquina histórica que nos fará avançar para o desenvolvimento ou estagnar, o que significa retroceder ­definitivamente a uma economia pobre e atrasada.

O futuro do Brasil estará marcado por uma decisão política pela educação, pela pesquisa científica e tecnológica, por um amplo investimento na saúde, por uma atitude, que é inadiável, de fazer um novo pacto federativo que descentralize a gestão.

Ana Amélia (PP-RS) felicitou Cristovam e Luiz Henrique pelos temas e destacou a infraestrutura e a educação, apontando a existência de um “aluno diferente” no país.

— Não tinha Google, um telefone celular que pudesse nos introduzir conhecimentos. Hoje temos um aluno inquieto e contemporâneo com a tecnologia, que veio para ficar. Precisamos apressar a caminhada para isso.


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