Médicos tendem a não se interessar pelas queixas

Da Redação | 04/05/2009, 00h00

Para os hipocondríacos, a crença de que há algo errado com o seu corpo interfere no dia a dia, causa angústia e depressão. Segundo Joel Rennó Júnior, doutor em Psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP), nesses casos, a doença imaginária provoca um sofrimento verdadeiro.


"Há situações em que o quadro perdura por anos devido à falta de interesse dos profissionais de saúde pelas queixas do hipocondríaco", afirma o médico, acrescentando que a hipocondria não é considerada doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), porque não apresenta um conjunto claro de sintomas.

Rennó Júnior adverte que o problema pode ser tão preocupante a ponto de hipocondríacos insistirem que estão doentes e convencerem os médicos, que cedem às queixas. Segundo o médico, a hipocondria pode ser tratada com psicoterapia e uso de antidepressivos e ansiolíticos (tranquilizantes). O especialista deve investigar a possível concomitância com outros transtornos de ansiedade, como o pânico ou a depressão. Mas muitos hipocondríacos resistem à ideia de consultar um psiquiatra e partem para a automedicação, que pode levar a intoxicações e efeitos colaterais.

Ja a Síndrome de Munchausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, com a intenção de obter cuidados médicos e de enfermagem. A pessoa afetada exagera ou cria sintomas nela mesma para ganhar atenção, tratamento e simpatia. O paciente com Munchausen sabe que está exagerando, enquanto o hipocondríaco acredita que está doente de fato.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)