Vacina adaptada para adultos só existe em clínicas particulares
Da Redação | 06/12/2011, 00h00
Já vem sendo aplicada no Brasil vacina contra coqueluche específica para adultos, pois, depois dos 7 anos de idade, a toxina presente na vacina normal causa muitas reações, incluindo convulsões, como explica a médica Cláudia Valente, presidente da Sbim Regional Brasília.
— O ideal é receber a primeira dose da vacina adaptada, acelular, aos 15 anos de idade e depois a cada dez anos — afirma Cláudia.
As mulheres devem ser vacinadas, se possível, antes de engravidar. Mas mesmo as grávidas podem ser vacinadas no pré-natal.
Essa prevenção para adultos faz parte do calendário brasileiro de vacinação, no entanto, só é encontrada em clínicas particulares, que cobram até R$ 150 pela aplicação em dose única. Na rede pública, existe para adultos a vacina dupla, contra tétano e difteria, sem tantas reações adversas.
A inclusão da prevenção contra coqueluche na rede pública não está descartada, mas ainda depende de uma série de fatores. Trata-se de um produto muito recente, criado há cerca de dez anos, e, por isso, ainda é caro.
— É preciso verificar questões como disponibilidade, prescritividade, produção mundial e transferência de tecnologia, além dos custos de aplicação, armazenamento e transporte. Esses são alguns dos itens que devem ser levados em conta para se disponibilizar uma vacina na rede pública — explica Renato Kfouri.
Um agravante, segundo o Ministério da Saúde, é que menos de 30% da população adulta adere às campanhas de vacinação.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)