Combate com inseticidas e saneamento
Da Redação | 30/11/2009, 00h00
Com vítimas em sua maioria pobres, a doença de Chagas não desperta a atenção da indústria de medicamentos para a produção de remédios destinados ao seu tratamento e prevenção. Por enquanto, a principal estratégia para impedir o contágio tem sido o combate ao transmissor, por meio de inseticidas, construção ou melhoria das habitações e uso de cortinados nas casas infestadas por insetos.
No Brasil, o registro de infecção por via oral, pela ingestão de caldo de cana ou de açaí moído em estados como Pará, Amapá e Santa Catarina, levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a exigir medidas adicionais de prevenção, como a pasteurização das polpas de suco de açaí, o que evitaria a contaminação dos produtos pelo barbeiro e suas fezes.
Rosalba Ciarlini (DEM-RN), que é médica, ressalta que nesses cem anos da descoberta da doença de Chagas, as áreas de infestação se modificaram e o avanço que pode ser considerado é o conhecimento dos ambientes ideais para que o barbeiro se hospede, como casas feitas em taipa.
¿ O mapeamento dos locais e a consciência que hoje se tem da importância de ter saneamento e melhoria das moradias são alguns avanços, embora ainda haja incidência dessa doença no país. Uma doença que muitas vezes só é detectada em seu estágio avançado, quando o coração já está comprometido ¿ diz Rosalba.
A senadora observa que os casos de infecção oral por meio da cana-de-açúcar e do açaí provam que não se pode "baixar a guarda" e que é preciso investir para extinguir a doença.
Rosalba defende a manutenção e a ampliação de ações sanitárias que protejam a população, como o combate ao agente transmissor por meio da aplicação de inseticidas e a erradicação de moradias que possam servir de alojamento para o barbeiro.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)