País vive momento estratégico para melhorar educação

Da Redação | 24/02/2015, 10h45

A escolha, pela presidente Dilma Rousseff, do lema “Brasil, pátria educadora” como marca do segundo mandato trouxe esperança a quem torce pela melhoria da educação, embora o governo ainda não tenha explicado como vai transformar o compromisso em ações. Também o novo ministro da Educação, Cid Gomes, ainda não detalhou o que a pasta pretende em relação à expansão da educação em tempo integral. Fátima Bezerra (PT-RN), que esteve com o ministro em janeiro, relata que ele garantiu que essa será a prioridade do MEC, ao lado da educação infantil, do ensino profissional e da reforma do ensino médio. Para a senadora, é preciso aproveitar o momento para lutar pelo ensino em tempo integral:

 

— Temos que debater a questão do financiamento necessário para avançar nessa área, pelo caráter estratégico que ela tem para alargar os horizontes de cidadania de nossas crianças e jovens. E debater também a questão da valorização do magistério [outra meta do PNE]. Este é o desafio agora: tendo como bússola o PNE, a gente conseguir financiamento suficiente para que essas metas sejam cumpridas — diz.

 

Daniel Cara chama a atenção para a importância estratégica de investir em educação neste momento. Ele lembra que esta geração de crianças e adolescentes brasileiros é a última geração do Brasil como país de jovens. Depois dela, tendemos a nos tornar uma nação de adultos e idosos, como na Europa. Por isso, a hora de melhorar é agora, diz. E esclarece: ao longo do tempo, as pesquisas em educação detectaram dois fatores fundamentais para a melhoria da área — o efeito família e o efeito escola. O que mais impacta a vida educacional de um aluno é o efeito família, que no Brasil é muito baixo, diz Cara, porque até recentemente as pessoas não tinham o direito à educação garantido. Ele explica então por que é preciso apostar agora no efeito escola:

 

— O que temos que fazer com a educação integral: você faz com que ela aumente o efeito escola a ponto de fazer com que o aluno que passou por esse ensino de qualidade, quando constituir sua família, gere um bom efeito família. E o efeito família sempre vai gerar mais efeito escola. O que é mágico em educação é que uma geração que teve acesso ao ensino cobra ainda mais ensino para seus filhos, e isso vira reivindicação constante. Nosso desafio agora é fazer com que esta geração tenha uma educação de qualidade para que ela gere um efeito escola muito forte, para que no futuro gere efeito família e cobre uma escola melhor. É esse o caminho que tentamos trilhar no PNE, e é por isso que o Mais Educação é insuficiente.

 

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)