O mal de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário (microrganismo de uma célula) Trypanosoma cruzi, que vive naturalmente no sangue de seres humanos e animais (cães, gatos, ratos, gambás, macacos, tatus, entre outros). 

Quando um inseto que se alimenta de sangue (hematófago), como o barbeiro, pica um animal ou uma pessoa infectada, ele passa a ser um transmissor da doença. 

O barbeiro infectado, ao sugar o sangue de suas vítimas, deposita fezes no local da picada, transmitindo assim o parasita. O protozoário também pode entrar no organismo humano pela boca, olhos ou feridas pré-existentes. 

A doença é ainda transmitida por mães grávidas a seus filhos ou durante a amamentação, por transfusão de sangue e pela ingestão de alimentos contaminados (crus ou mal cozidos). 

Diagnóstico e sintomas

A enfermidade é diagnosticada por exame de sangue. Os primeiros sinais de infecção acontecem entre quatro e dez dias no caso de transmissão pelo inseto e em até 20 dias no caso de transfusão de sangue contaminado.

A fase inicial da doença, chamada de fase aguda, pode passar despercebida, pois seus sintomas confundem-se com os de outras doenças. Eles incluem fadiga, febre, aumento do fígado e dos gânglios. Pode haver perda do apetite, diarréia e vômitos. Esses sintomas podem durar de quatro a oito semanas e depois desaparecerem sem tratamento. 

Um terço dos infectados apresentam sintomas na fase crônica, entre 20 e 30 anos mais tarde, quando aparecem problemas cardíacos - aumento do coração, arritmia e parada cardíaca. O sistema digestivo também pode ser afetado, com inchaço de órgãos e dificuldade de engolir. A gravidade da infecção depende da virulência do parasita e a suscetibilidade do paciente infectado. 

O tratamento

As drogas hoje disponíveis (benzonidazol, nifurtimox) são eficazes apenas na fase inicial da enfermidade, daí a importância da descoberta precoce da doença. Na fase aguda, o tratamento é específico para as complicações decorrentes da enfermidade. 

Prevenção

Não há vacinas que evitem o mal, só medidas preventivas. Elas incluem campanhas educativas e investimento em pesquisas e em melhorias habitacionais. Os moradores de áreas rurais devem estar atentos ao reboco e fechamento de rachaduras e frestas das casas. Recomenda-se o uso de telas em portas e janelas, a limpeza periódica das casas e arredores, a aplicação de inseticidas apropriados, a construção de locais específicos para animais (galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro) e a retirada de ninhos de pássaros dos beirais das casas. 

O transmissor

O barbeiro (Triatoma infestans) é o principal transmissor da doença. Ele tem cerca de 2 centímetros de comprimento, asas achatadas, largas e listradas nas bordas e um ferrão comprido. Aloja-se em locais muito próximos à fonte de alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas, escondem-se nas frestas, buracos das paredes, camas, colchões e baús, além de serem encontrados em galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos. É conhecido também como: chupança, chupão, fincão, bicudo, procotó.


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