Práticas que ajudam a diminuir sua Pegada Ecológica

Da Redação | 02/07/2013, 00h00

Estilos de vida mais equilibrados são fundamentais ao planeta. Veja link no Saiba Mais para calcular sua pegada ecológica e confira abaixo algumas dicas para diminuir sua marca sobre os recursos naturais

Consuma alimentos da estação e, se possível, produzidos localmente, preferindo os orgânicos.
Evite alto consumo diário de carne animal, produtos industrializados e de fast food, com embalagens.
Faça a coleta seletiva de lixo, evite substituir aparelhos que agregam alta tecnologia desnecessariamente e reduza o consumo de produtos descartáveis.
Procure adquirir produtos de empresas que estejam envolvidas em programas de responsabilidade socioambiental e com certificação ambiental.
Ao comprar móveis, verifique se a madeira é certificada com o selo FSC (www.fsc.org.br).
Não compre animais silvestres. Se for adquiri-los, veja se a criação tem certificação do Ibama.
Adote equipamentos e tecnologias que reduzem o consumo de água e energia, como isolamentos térmicos e aparelhos com o selo Procel.
Procure identificar vazamentos.
Desligue aparelhos, inclusive da tomada, quando não estiverem sendo utilizados.
Evite andar de carro sozinho, busque utilizar bicicletas, transporte coletivo, caronas solidárias. Faça a revisão de seu veículo particular, abasteça-o com combustíveis alternativos e dirija com pneus calibrados.

 

Municípios brasileiros fazem parceria com a WWF

 

O cálculo da Pegada Ecológica começou a ser realizado também para as cidades brasileiras em 2010, quando a WWF-​Brasil estudou os hábitos de consumo da população de Campo Grande. O resultado apontou uma pegada de 3,14 gha/cap. O trabalho foi feito em parceria com a prefeitura da capital de Mato Grosso do Sul, a Global Footprint Network (GFN), a empresa Social Ecossistemas e a Universidade Anhanguera. O objetivo foi ter uma ferramenta para ajudar no planejamento e na gestão pública, mobilizar a população para rever os hábitos de consumo e estimular empresas a ­melhorar suas cadeias produtivas.

Em seguida, em São Paulo, a WWF-Brasil fez parceria com os governos municipal e estadual e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para a realização do estudo para a cidade e o estado de São Paulo. A pesquisa foi lançada em junho de 2012, durante a Rio+20, e revelou que a Pegada Ecológica média do estado é de 3,52 gha/cap e da capital, de 4,38. Se todas as pessoas do planeta consumissem de forma semelhante aos paulistas, seriam necessários quase dois planetas. Se vivessem como os paulistanos, quase 2,5 planetas.

A Universidade Federal do Acre também fez uma parceria com a WWF- Brasil e, atualmente, está sendo calculada a Pegada Ecológica de Rio Branco, com mais de 300 mil ­habitantes.

 

Projetos de sustentabilidade

 

Diversos projetos que tramitam no Congresso buscam o desenvolvimento sustentável do país

Vários tratam das compras feitas pelos governos federal, estaduais e municipais, buscando estimular práticas sociais responsáveis, prevendo a preferência pela produção com sustentabilidade ambiental. É o caso das propostas que alteram a Lei de Licitações (Lei 8.666/1993) para incluir requisitos ligados à preservação do meio ambiente nas concorrências públicas. Entre eles, estão o PLS 25/2007, do ex-senador Tião Viana, já aprovado no Senado, que tramita agora na Câmara dos Deputados como PL 5.008/2013.

Outro é o PLS 578/2011, de Cícero Lucena (PSDB-PB). O relator na Comissão de Meio Ambiente (CMA), Ivo Cassol (PP-RO), ressalva que os critérios como sustentabilidade ambiental e justiça social podem ser condições para admissibilidade de uma proposta em uma licitação, mas não podem determinar a classificação da proposta, “o que poderia entrar em conflito com os objetivos constitucionais de evitar o desperdício de recursos públicos e de garantir tratamento isonômico para as empresas que vendem para o governo”.

Outros projetos sobre o tema são o PLS 366/2008, do ex-senador Expedito Júnior, o PLS 224/07, de Lúcia Vânia (PSDB-GO), e o PLS 5/2011, de Magno Malta (PR-ES).

Há também projetos que tratam do pagamento por serviços ambientais, como o PLS 155/2012, de Rodrigo Rollemberg (PBS-DF), e o PLS 483/2009, do ex-senador Gilberto ­
Goellner.

Alguns dos diversos outros projetos sobre sustentabilidade em tramitação são o PLS 289/2012, de Vital do Rêgo (PMDB-PB), que dispõe sobre a obrigatoriedade de relatório de sustentabilidade para as companhias ou sociedades anônimas; e o PLS 739/2011, do senador licenciado Marcelo Crivella (PRB-RJ), que determina a elaboração de planos de sustentabilidade social e econômica para obras de engenharia financiadas, total ou parcialmente, com recursos da União ou de entidades da administração indireta.

Relatório detalha situação do planeta

 

Sem mudanças no consumo, em 2030 nem mesmo dois planetas serão suficientes para a humanidade Foto: WWF-Canon/Richard Stonehouse

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A cada dois anos, a Rede WWF compila dados de todos os continentes e dezenas de países no Relatório Planeta Vivo, uma análise baseada na ciência sobre o planeta e o impacto da atividade humana sobre ele.

 

Para a edição mais recente, de 2012, foi preparado o sumário executivo A Caminho da Rio+20, com uma análise da área ambiental 20 anos depois da Conferência Rio 92 (Eco 92).

Foram usados dois indicadores, a pegada Ecológica e o Índice Planeta Vivo (IPV) — que acompanha a evolução de mais de 9 mil populações de 2.688 espécies de vertebrados no período posterior a 1970, registrando alterações na saúde dos ecossistemas do planeta.

Entre as principais conclusões, está a de que as demandas da ­humanidade por recursos naturais excedem a capacidade do nosso planeta para nos sustentar. A demanda dobrou desde 1966 e hoje estamos consumindo o equivalente a 1,5 planeta para realizar nossas ­atividades.

A Pegada Ecológica dos países de renda elevada é cinco vezes maior que a pegada dos países de baixa renda. A biodiversidade encolheu 30% em todo o mundo entre 1970 e 2008, sendo que, nos trópicos, a redução foi de 60%.

Mas há capacidade para criar um futuro que forneça alimentos, água e energia para as 9 bilhões ou 10 bilhões de pessoas que devem compartilhar o planeta em 2050. Isso, segundo a WWF, exige que governos, empresas, comunidades e cidadãos assumam ­responsabilidades.

De acordo com o Relatório Planeta Vivo, os governos devem assumir o compromisso com a conservação ambiental e adotar ações que ­garantam a proteção dos ecossistemas, por exemplo, o incentivo à criação e à implementação de áreas protegidas, o combate ao desmatamento, o incentivo ao ­consumo responsável e o estímulo a boas práticas produtivas.

No que se refere às cidades, é fundamental que elas usem mecanismos de avaliação de impactos, como a Pegada Ecológica, e adotem políticas públicas de mitigação que ajudem a reduzir os impactos e garantam qualidade de vida.

Já os cidadãos precisam repensar o próprio consumo, avaliar até que ponto os hábitos cotidianos estão impactando o meio ambiente e fazer escolhas mais sustentáveis.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)