Efeitos devastadores

Da Redação | 11/05/2010, 00h00

O crack, assim como a merla, é cocaína e tem os mesmos efeitos no cérebro que essa droga, porém a forma de ser usada faz a diferença em relação ao pó: por ser fumada em vez de inalada, a substância é absorvida instantaneamente. Entre 10 e 15 segundos, os primeiros efeitos já ocorrem. A cocaína em pó leva de 10 a 15 minutos para fazer efeito se inalada e de 3 a 5 minutos quando injetada.

A duração dos efeitos do crack também é muito rápida, em torno de cinco minutos, enquanto os da cocaína injetada ou inalada duram de 20 a 45 minutos. A pequena permanência dos efeitos do crack faz com que o usuário volte a utilizar a droga em intervalos muito curtos, praticamente de cinco em cinco minutos, levando-o à dependência muito mais rapidamente do que os usuários de outras drogas.

Logo após fumar crack, o usuário tem uma sensação de grande prazer, euforia e poder, o que o leva a desejar repetir a experiência, fazendo isso inúmeras vezes, de forma compulsiva e avassaladora, gastando todo o dinheiro que possui e procurando financiar o vício a todo custo.

O crack também provoca estado de excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação de cansaço e falta de apetite. Em menos de um mês, o usuário perde muito peso, de 8 a 10 quilos. Com um tempo maior de uso, perde as noções básicas de higiene, ficando com aspecto deplorável. Após uso intenso e repetitivo, sente cansaço e forte depressão. 

À medida que as doses são cada vez maiores, o usuário assume comportamento violento e perde o interesse sexual. Demonstra irritabilidade. Tem tremores e atitudes estranhas, com o aparecimento de paranoia. Pode ter alucinações e delírios. Esse conjunto de sintomas é chamado de psicose cocaínica.  
O crack também pode produzir aumento das pupilas, que prejudica a visão, dor no peito, contrações musculares, convulsões e até coma. A pressão arterial pode elevar-se, e o coração pode bater mais rapidamente (taquicardia). Em casos extremos, provoca parada cardíaca e morte. O uso crônico de cocaína também pode levar à degeneração irreversível dos músculos.

A cocaína induz à tolerância. É como se o cérebro se acomodasse à quantidade de drogas, exigindo uma dose cada vez maior para produzir as sensações. Por outro lado, ocorre uma sensibilização: com uma pequena dose, outros efeitos surgem. Esses efeitos são justamente os desagradáveis, como a paranoia. Com o tempo, o usuário necessita de uma dose cada vez maior para obter os efeitos prazerosos, enquanto seu cérebro está sensibilizado para os efeitos desagradáveis.

É comum que os usuários de crack, principalmente as mulheres, se prostituam para obter a droga, o que os torna suscetíveis a contrair doenças sexualmente transmissíveis como a Aids, já que, durante a ¿fissura¿, perdem a noção de perigo e não usam camisinha.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)