Só 1% dos brasileiros opta por poupar e investir

Da Redação | 14/12/2009, 00h00

Guardar o dinheiro do 13º e usá-lo em investimentos financeiros são opções pouco adotadas pelos brasileiros. O estudo da Anefac comprova isso, ao revelar que a predisposição dos brasileiros para poupar é de apenas 1%. Somente esse percentual deve usar os recursos extras para investir. Mas ainda que esse número seja tão baixo, vale a pena pensar nas maneiras mais adequadas de fazer o dinheiro render, de acordo com o perfil e os planos do trabalhador.


O consultor de investimentos Renan Studart Quintas afirma que é importante pensar em fazer uma poupança, um investimento de longo prazo ou mesmo guardar dinheiro para a faculdade dos filhos.

¿ Para quem tem uma sobra no orçamento e pretende usá-la dentro de seis meses, numa viagem ou compra especial, o investimento deve ser em fundos de renda fixa ou poupança ¿ diz, explicando que qualquer investimento feito em tempo inferior a 12 meses é considerado de curto prazo.

Para investimento de longo prazo, o consultor sugere a compra de ações na bolsa. 

¿ O pensamento de quem faz esse tipo de investimento não é o de que não tem nada a perder e sim o daquela pessoa que não tem pressa de ganhar, que quer ganhar a longo prazo ¿ diz Quintas.

Ele explica que ações de empresas fortes podem ter flutuações em curto prazo, de cinco a sete meses, provocando perdas eventuais no período. Mas os investimentos em renda variável, de longo prazo, requerem constantes aportes e, se as ações caem, o investidor pode comprar mais a um preço baixo, apostando que, no longo prazo, elas recuperem o valor.

Com base em levantamento feito a partir do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), o consultor financeiro diz que a estimativa é de que menos de 5% da população brasileira investe em ações. Diferentemente dos brasileiros, os norte-americanos "analisam a situação de investir como um todo e pensam em prazos longos, de 10 a 20 anos". Isso é raro no Brasil, afirma Renan, lembrando consultoria prestada a um universitário, estagiário de uma empresa pública, que, após seis anos fazendo aportes de R$ 500 a R$ 1.500 em ações de primeira linha, transformou R$ 17 mil em quase R$ 70 mil. 

¿ A partir de uma cultura de guardar o dinheiro, obviamente para o qual ele não tinha planos a curto prazo, ele investiu em ações que tiveram uma variação muito grande de rentabilidade, pois o histórico das empresas era favorável a essa análise ¿ explica Renan.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)