"Eu ia à praia ao meio-dia. Tive dois cânceres de pele"

Da Redação | 22/11/2011, 00h00

A professora de inglês May Fernandes Gurjão, de 79 anos, ainda se recupera da cirurgia de pálpebra feita no mês passado. Pela segunda vez, teve de ser operada para a retirada de um câncer de pele na mesma região. Moradora de um apartamento com vista para a praia do Arpoador, no Rio, ela não tem dúvida da origem de seu câncer:

- Desde moça, eu jogava vôlei na praia. Ia ao meio-dia, não passava filtro solar nem usava óculos escuros. Pelo contrário, usava bronzeador. Foram anos e anos assim, sem a mínima preocupação. Mas naquela época, não sabíamos que o sol fazia mal. Pelo contrário, achávamos que fazia bem. Éramos tão ingênuas.

May só começou a usar filtro depois dos 20, quando já tinha filhos. O problema é que os efeitos do sol sobre a pele são cumulativos. Os cânceres apareceram como bolinhas na pálpebra.

Nas cirurgias, ela teve um pedaço da pele retirado. No lugar, foram colocados enxertos tirados do outro olho. Em casos assim, mas em que os doentes demoram para procurar ajuda médica, a situação por vezes se torna dramática: o câncer está tão profundo que, para extirpá-lo, é preciso retirar o olho inteiro.

- Tive sorte de ter descoberto o câncer a tempo. Um dos temas que abordo com meus alunos de inglês é a necessidade de proteger-se do sol. Não desejo que ninguém passe pelo sofrimento que passei.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)