Senadores vão à PGR por desarquivamento de pedidos de inquérito da CPI da Pandemia

Hérica Christian | 22/03/2024, 10h43

Senadores que participaram da CPI da Pandemia, que funcionou em 2021, se reuniram com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para pedir o desarquivamento dos pedidos de indiciamento contra o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, além dos ex-ministros da Saúde Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, e ainda parlamentares e empresários. O PGR anterior, Augusto Aras, recusou os pedidos da CPI para abertura de inquérito contra os nomes apontados pelo relatório final, que recomendou o indiciamento de 66 pessoas físicas e duas pessoas jurídicas por crimes de teriam sido cometidos durante a pandemia.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues (AP), Gonet sinalizou que poderá analisar as conclusões dos seis meses de investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito.

— Ele [Gonet] sinalizou que a CPI e o trabalho feito por nós é digno de admiração e será por ele, no âmbito da PGR, prestigiado. Isto para nós, isso é o mais relevante, fundamental desse encontro. Saímos daqui convencidos de que não terá impunidade para os mais de 700 mil brasileiros que morreram — afirmou Randolfe. 

O senador Marcos Rogério (PL-RO), que também integrou a CPI da Pandemia, criticou o gesto dos colegas ao afirmar que o ex-procurador Augusto Aras se baseou na falta de provas para arquivar os pedidos de indiciamento da comissão. 

— Não vejo razão para requentar fatos que já foram sepultados. Eles trabalharam linhas de narrativas que não pararam de pé. O Ministério Público Federal é um só e o Ministério Público Federal já se manifestou sobre isso. Acho que estão querendo requentar narrativas para manter o debate político baseado nessas teorias que não param de pé — disse Marcos Rogério. 

Dos onze pedidos de ação penal, Augusto Aras recusou dez. Desses, quatro foram arquivados definitivamente e outros seis foram objeto de recurso por parte da CPI no Supremo Tribunal Federal. Apenas um corre na Justiça Federal no Amazonas. Após seis meses de investigações, a CPI da Pandemia aprovou o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) com mais de mil páginas, que incluíram pedidos de indiciamentos e sugestões de projetos de lei.



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