Ruan Magalhães foi representante do Pará na edição 2016 do programa Jovem Senador. Oito anos anos depois, o jovem volta ao Senado pela primeira vez. Hoje, o rapaz de 25 anos de idade é graduado em geografia pela Darmouth College, em New Hampshire, nos Estados Unidos. Para o assessor técnico da Secretaria de Relações Públicas (RP), Daniel de Souza Pinto, é recompensador ver como o programa influencia positivamente a trajetória desses jovens.

— É muito gratificante acompanhar os passos de jovens como o Ruan, que alcançou conquistas pessoais e profissionais relevantes. Pensar que o Jovem Senador também faz parte dessa jornada de transformação, preenche ainda mais o sentido do nosso trabalho aqui na RP na condução dessa iniciativa. Não me surpreende esse interesse dele em trabalhar com políticas públicas em educação. Durante a  experiência dele aqui em Brasília, teve muito engajamento e determinação para debater e propor ideias, em um verdadeiro exercício de construção do consenso e de soluções efetivas — relembra.

O garoto que ganhou o mundo

Ruan conta que a entrevista para a universidade estrangeira onde estudou aconteceu durante a semana de vivência legislativa. Ele avisou à equipe do Jovem Senador sobre o compromisso para voltar ao hotel a tempo de cumprir a etapa da seleção. Era 2016, ano de impeachment, e, no trajeto entre Senado e hotel, havia ruas fechadas, helicópteros voando e manifestantes na rua. A cena foi marcante para o estudante, que acabou bem sucedido na entrevista e conquistou uma bolsa de estudos logo depois do Programa Jovem Senador.

Estudar nos Estados Unidos não foi a única experiência fora do país. Em 2018, durante a graduação, fez um estágio de algumas semanas na Comprehensive Rural Health Project (CRHP), uma ONG que atua na área da saúde global e desenvolvimento humano, na cidade de Jamkhed, Maharashtra, interior da Índia. Atualmente, reside em Belém e presta serviços a uma empresa da Nova Zelândia, algo que valoriza por ter a possibilidade de trabalhar remotamente de qualquer lugar do mundo.

Ruan fala da sensação de voltar ao Senado depois de tantos anos. Ele conta que está nos seus planos se especializar em políticas públicas voltadas à educação. Sua maior preocupação é dar voz à região amazônica, especialmente por estar no centro de inúmeros debates.

— Estou bem mais maduro nesta visita. Quando você é um adolescente engajado, é muito fácil se sentir sozinho. E vir para cá e ver outros jovens como eu, ver que não era o único adolescente preocupado com política, me deu a perspectiva de que eu não era o único que queria ser ouvido. Como jovem amazônida, tenho urgência de ver o debate sobre a Amazônia ser feito também por amazônidas. Não podemos deixar o debate acontecer como se a gente não existisse, não dá para falar de Amazônia sem falar com quem é de lá — ressalta.