Equipes superam desafios para divulgar o Jovem Senador na reta final do concurso

A Escola Indígena Dom Lourenço Zoller, de Uiramutã (RR), já se prepara para o Jovem Senador 2022 graças aos esforços dos profissionais responsáveis por levar o programa ao maior número possível de estudantes em todo o Brasil. O município fica a 300 quilômetros de Boa Vista, distância que precisa ser percorrida de barco ou avião. O uso de equipamentos de informática e de educação a distância, muitas vezes limitado a cidades maiores, compõe a lista de dificuldades de acesso a unidades de ensino em áreas mais remotas do país. No caso das escolas indígenas, acrescenta-se ainda às adversidades a ausência de materiais didáticos escritos nas línguas faladas nas aldeias, considerados essenciais para que os estudantes possam recuperar memórias históricas e desenvolver senso crítico para escrever a redação do concurso, cujo tema deste ano é "200 anos de Independência: lições da história para a construção do amanhã".

No ano em que completamos dois séculos da nossa independência nada mais natural do que escolher um tema tão relevante para todos os brasileiros, explica o coordenador do programa no Senado, Francisco Biondo.  

Pandemia

A edição deste ano do Jovem Senador supera um obstáculo ainda maior que as comunidades escolares enfrentam desde 2019, a pandemia de covid. Alunos perderam parte do calendário letivo e muitas vezes tiveram que estudar em locais com estruturas pouco apropriadas nos casos em que a educação a distância não era possível.

Esses são alguns dos cenários em que trabalham as equipes de coordenação do Jovem Senador nas secretarias de educação de todo o Brasil. Não são poucos os relatos de desafios enfrentados em diferentes lugares do país. Em Roraima, por exemplo, o problema maior, segundo a coordenadora Leandra Coelho Barbosa, é a corrida contra o tempo:

— Os desafios encontrados por nós têm sido o tempo para divulgação. Precisamos conciliar o início do ano letivo e o encerramento das inscrições. Como muitas escolas são distantes da capital, é necessário intensificar a divulgação pelas redes sociais — explica.

A cada dificuldade encontrada, no entanto, um acervo de soluções é acionado. Em Pernambuco, um dos recursos para divulgar o Jovem Senador em áreas mais afastadas, como o Sertão do Médio São Francisco, foi o uso de instrumentos como seminários e palestras a distância com a ajuda de aplicativos que permitem o encontro virtual com professores e alunos. A região tem 80 escolas — urbanas, rurais e indígenas — distribuídas em oito municípios. A estratégia utilizada pela regional de ensino foi convidar dois estudantes de cada unidade, além de professores, para participar da oficina on-line. Assim eles puderam atuar posteriormente como multiplicadores em suas escolas. Segundo a coordenadora Cecília Batista do Nascimento, os encontros virtuais demonstraram que, com criatividade, é possível contornar dificuldades geradas pela pandemia.

— O Jovem Senador é bastante conhecido na região e, na última edição em 2019, registrou mais de 2,7 mil redações escritas no estado. Dessa forma, esperamos uma grande ‘colheita’ como resultado dessa mobilização tão peculiar — acrescenta.

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