Especial Cidadania - Cresce preocupação com desperdício de alimentos

Agência Senado

A América Latina perde 127 milhões de toneladas de alimentos a cada ano. Um quinto das carnes, um quarto dos cereais e mais da metade das frutas e verduras ficam pelo caminho e não são consumidos, estima a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Problemas estruturais de produção e logística respondem por parte desse cenário, mas o consumidor final também tem sua parcela de culpa — e não apenas no que diz respeito a comida estragada. Pesquisa recente revelou que 60% dos brasileiros têm o hábito de descartar alimentos ainda em boas condições.

Em um mundo de população crescente e recursos escassos, a questão ganha urgência. Segundo a FAO, a humanidade já desperdiça um terço de tudo aquilo que produz para se alimentar, num total de 1,3 bilhão de toneladas jogadas fora.

A redução do desperdício à metade é um dos objetivos da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). É uma meta ambiciosa. Conforme estimativa da consultoria Boston Consulting Group, se persistir o ritmo atual, até 2030 a perda será de 2 bilhões de toneladas.

Isso significará um baque de US$ 1,5 trilhão (mais de R$ 6 trilhões) na economia mundial. Esse valor inclui os custos da energia para produzir a comida descartada e da comercialização e armazenagem. Além disso há o chamado custo de oportunidade: a “perda” de tudo aquilo que não está sendo produzido em razão do uso da infraestrutura na produção de alimentos que serão perdidos.

O representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, destaca que o impacto econômico pode ser sentido no supermercado:

— Os produtos ficam mais caros porque o custo do desperdício é embutido no preço final para o consumidor. Quando desperdiçamos, estamos fazendo um mal a nós mesmos.


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