Relatório da IFI alerta para contração do PIB e estabilidade da inflação

Da Redação | 16/07/2019, 15h55

A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado publicou nesta terça-feira (16) o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) para o mês de julho. O documento menciona a contração do Produto Interno Bruto (PIB), o recuo do desemprego e a estabilidade da inflação como destaques do período.

De acordo com o RAF, indicadores divulgados no segundo trimestre indicam a possibilidade de nova contração do PIB. Segundo os analistas da IFI, “a produção industrial segue constrangida pelas incertezas e pela fraca demanda externa, enquanto indicadores de confiança indicam pessimismo de consumidores e empresários, especialmente com as condições futuras da economia”.

O documento ressalta que a taxa de desemprego recuou 0,4 ponto percentual entre maio de 2018 e maio deste ano — com um índice de 12,3%. Segundo o RAF, o desemprego continua relativamente elevado, com cerca de 13 milhões de desocupados no país. “A fragilidade nas condições do mercado de trabalho deverá persistir por mais algum tempo, tendo em vista que o mercado de trabalho reage com bastante defasagem aos movimentos na atividade econômica”.

A IFI destaca ainda a alta de 0,01% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho. Para os analistas, o “comportamento bastante favorável” da inflação abre espaço para cortes na taxa de juros. “A perspectiva de aprovação da reforma da Previdência e a possibilidade de cortes de juros nos Estados Unidos configurariam situação propícia para o Banco Central promover novo afrouxamento monetário”.

O documento sublinha que a despesa total do governo central continuou a cair mais que a receita líquida. “O governo tem promovido forte contração em despesas discricionárias nas áreas de educação, saúde e no investimento público, de forma a garantir o cumprimento da meta de resultado primário do ano”.

O diretor executivo da IFI, Felipe Scudeler Salto, destaca que a conjuntura econômica “continua apontando dados muito negativos, apesar da melhora na taxa de desemprego”. “Os indicadores de atividade econômica mostram que o país poderá ter amargado uma nova queda no PIB do segundo trimestre. Apesar do hiato do produto estar bastante negativo, indicando grau de ociosidade muito alto, há pouco espaço para estímulo fiscal, dada a grave situação das contas públicas. Nesse contexto, o avanço de reformas estruturais, como a previdenciária, poderá ajudar a abrir novas possibilidade de atuação da política econômica, potencializando, inclusive, os efeitos dos juros mais baixos”, afirma.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)