Com foco na segurança, profissionais do Congresso preparam posse presidencial

Da Redação | 06/12/2018, 17h15

A cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional vai envolver um grande contingente dos servidores do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Segundo a diretora de Relações Públicas, Publicidade e Marketing do Senado, Maria Cristina Monteiro, além das quase 200 pessoas sob sua coordenação direta nos 24 postos de trabalho espalhados pelas dependências do Congresso Nacional, e de um número equivalente de policiais legislativos, outras centenas de funcionários das duas Casas, de áreas como infraestrutura (telefonia, energia, transportes etc.), comunicação e atendimento médico, também estarão envolvidas no evento, que ocorre a partir das 15h de 1º de janeiro de 2019.

A mobilização de profissionais para a cerimônia se justifica pelo tamanho do evento: deputados e senadores — inclusive os eleitos este ano —, autoridades federais e estaduais do Executivo e Judiciário e representações estrangeiras, participam do evento, uma exigência constitucional, revestida das tradições incorporadas ao ritual ao longo dos anos.

A organização está a cargo de um grupo de trabalho formado em março deste ano e que reúne representantes dos diversos setores que já estão trabalhando e que estarão de plantão no dia da posse, na Câmara e no Senado, para que tudo aconteça como esperado. Entre os setores estão a Secretaria-Geral da Mesa (SGM), a Diretoria Geral (DGER) e a Secretaria de Polícia Legislativa (Spol). Coordenadora do grupo, Maria Cristina afirma que a expectativa é a realização de um grande evento que marcará a história do país.

A área de infraestrutura vai cobrir desde a jardinagem até os cabeamentos para emissoras de TV, e a área de comunicação, vai cuidar, por exemplo, da captação de imagens para todas as emissoras, da cobertura do evento pela internet, bem como do credenciamento de profissionais de imprensa de todo o país e do mundo.

Programação

A previsão é que pouco antes das 15h de 1º de janeiro, Jair Bolsonaro saia da residência oficial e siga para a Catedral de Brasília, na Esplanada dos Ministérios. Não está previsto evento religioso. Da Catedral, ele seguirá para o Congresso, em um trajeto que deve demorar cerca de 15 minutos. Ainda não há definição se esse trajeto será feito em carro aberto ou fechado. A chuva também poderá alterar a programação.

No Congresso, Bolsonaro será recebido pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, entre outros parlamentares e autoridades dos Três Poderes.

Em sessão solene no Plenário da Câmara, o novo presidente fará o compromisso constitucional e o discurso. Eunício Oliveira, como presidente do Congresso, vai conduzir a sessão de posse e também deverá discursar. Depois, Bolsonaro seguirá para o Palácio do Planalto, onde deve receber a faixa presidencial. Além dos tradicionais 21 tiros de canhão e da passagem das tropas em revista, o evento poderá ter uma novidade: a participação da Esquadrilha da Fumaça.

Segurança

De acordo com a diretora, dentro do Congresso, a segurança de Bolsonaro estará a cargo da Polícia Legislativa. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República será responsável pela segurança do evento na área externa. Haverá também agentes da Polícia Federal envolvidos diretamente na segurança pessoal de Bolsonaro. Um médico do Congresso e outro do GSI também vão acompanhar o novo presidente.

Os convites para a cerimônia de posse serão enviados a partir da próxima semana. A lista de convidados inclui autoridades internacionais, ministros de tribunais superiores, parlamentares e governadores. Também há um número reservado para convidados pessoais do presidente eleito. Maria Cristina destaca que foi estabelecido um esquema especial de acesso e credenciamento no evento, com uma metodologia de gestão específica.

O Itamaraty é responsável pelos convites para autoridades estrangeiras. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já confirmou presença. Também há a expectativa do comparecimento de um representante do governo dos Estados Unidos.

Maria Cristina registra uma preocupação especial com a segurança do acesso. Segundo a diretora, os convites serão enviados com um cartão especial, com código de barras, que garantirá o acesso do convidado para a posse. Esse cartão é intransferível e vai indicar, inclusive, a área onde o convidado poderá circular.

No dia do evento, a entrada das autoridades será feita pela chamada Chapelaria, local onde convidados podem desembarcar, entrando no Palácio do Congresso Nacional pelo Salão Branco. Já o presidente eleito, caso não haja chuva, desembarca na área externa do Congresso, entre os espelhos d'água e entra no Salão Negro, usando a rampa de acesso.

As autoridades estrangeiras serão atendidas pela entrada do Anexo I do Senado. Caso algum convidado chegue à Esplanada no momento em que o trajeto estiver fechado para a chegada do novo presidente, ele terá que entrar no Congresso pelo Anexo II do Senado, cujo acesso é feito pela via paralela ao Eixo Monumental.

Cerca de 1 milhão de pessoas são esperadas para o evento na Esplanada dos Ministérios, segundo estimativa feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo GSI. Se esse número se confirmar, será a maior manifestação de rua desde a inauguração da capital federal.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)