Jorge Viana condena barbárie de estupro coletivo

Da Redação e Da Rádio Senado | 30/05/2016, 18h09

O senador Jorge Viana (PT-AC) classificou como um “crime praticado com perversidade” o estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, ocorrido semana passada numa favela do Rio de Janeiro. Ele disse que todos ficaram estarrecidos ao ver alguns que participaram desse crime se vangloriando do que haviam feito.

— Houve também o episódio do próprio delegado encarregado do caso que resolveu primeiro ver até onde ia a culpa da vítima, com um conjunto de perguntas e questionamentos que só piorou o estado de choque em que todo o Brasil ficou diante da situação. O Brasil e o mundo. Como nós vamos explicar para o mundo que, no nosso país, ainda convivemos com uma selvageria como a que ocorreu com essa menina, que saiu para se divertir e viveu tudo isso, sem contar o despreparo da própria polícia? Ainda bem que, agora, uma delegada nova que cuida das crianças e dos adolescentes assumiu o caso.

Viana disse que ficou claro que a irresponsabilidade das autoridades custou caro para a vítima, porque somente agora, dias depois do crime, fizeram os exames na jovem e o resultado foi que não há evidência de agressão física. "É óbvio. Num caso como esse, deveriam ter parado imediatamente, feito exames, dado atenção, e não continuado com esse jogo de buscar espaço nos meios de comunicação”.

O senador pelo Acre cumprimentou as senadoras e deputadas que se manifestaram prontamente na última sexta-feira (27) e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pela autoria do Projeto de Lei do Senado (PLS) 618/2015, que tem a relatoria da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. O projeto altera o Código Penal para prever aumento de pena para o crime de estupro cometido por duas ou mais pessoas.

— Pode parecer que não é uma medida tão importante assim, mas é. Eu acredito que uma legislação mais rigorosa em determinados pontos pode ser um forte aliado da sociedade no combate a crimes como esse. E é nesse sentido que eu peço ao senador José Maranhão (PMDB-PB), presidente da CCJ, que possa por em votação o quanto antes no plenário da comissão e que se possa trazê-lo imediatamente para o plenário do Senado a fim de que seja votado.

Jorge Viana também disse que o PSDB, os Democratas, o PMDB, o PP e outros partidos poderiam ter aguardado a próxima eleição em lugar de apostar na divisão do país. Segundo ele, esses partidos fizeram uma “associação criminosa com setores importantes da imprensa, da elite empresarial brasileira e levaram adiante um plano que enganou a sociedade brasileira”.  Ele fez um apelo aos dirigentes da Folha de São Paulo, do Datafolha e das Organizações Globo para realizarem pesquisas e perguntar se a população quer ou não a democracia plena, se quer presidente eleito pelo Plenário ou eleito pelas urnas.

— Eu lamento que as pessoas esqueçam o quanto que o Partido dos Trabalhadores, que o governo do Presidente Lula, o primeiro mandato da Presidenta Dilma melhorou a vida dos brasileiros e transformou o Brasil. Isso ninguém vai passar uma borracha em cima, porque contra o trabalho, contra as conquistas ninguém vai conseguir ter êxito. Não vai. Não vão conseguir.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)