Senadores lançam frente contra 'pauta conservadora'

Da Redação | 28/04/2015, 17h59

Senadores de vários partidos anunciaram, nesta terça-feira (28), a criação de uma frente progressista suprapartidária para tentar bloquear o avanço de projetos como a regulamentação da terceirização (PL 4.430/2004), o estatuto da família (PL 6.583/2013), a redução da maioridade penal (PEC 171/1993) e mudanças no Estatuto do Desarmamento (PL 3.722/2012).

Treze senadores participaram da reunião de lançamento da frente, mas a meta é conseguir a adesão de 35 senadores.

De acordo com João Capiberibe (PSB-AP), os senadores estão muito preocupados com uma agenda considerada conservadora, que "pegou todos de surpresa".

— Há um enfraquecimento do Poder Executivo e a Câmara dos Deputados aproveitou para ocupar esse espaço com uma agenda que diz mais respeito à questão de comportamento do que com as questões políticas de fundo — afirmou.

Para o senador Cristovam Buarque (PDT), em vez de avançar na reforma política, por exemplo, estão sendo votados projetos que afetam conquistas sociais que são fundamentais.

— Não podemos deixar que haja uma regressão no que se refere ao Estatuto do Desarmamento, no que se refere ao Estatuto da Criança e do Adolescente, rebaixando a maioridade penal. Não podemos deixar que esse país regrida  socialmente, em vez de avançar politicamente — afirmou Cristovam.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) esclareceu que a frente progressista não tem relação com uma suposta disputa entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

— É claro que, no projeto da terceirização, a posição do presidente do Senado é uma posição que nos agrada. Queremos tramitar essa matéria por todas as comissões. O Senado pode ser um contrapeso a essa agenda reacionária e agressiva, que é presidida pelo presidente da Câmara dos Deputados — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)