Porte de armas não reduz criminalidade, diz presidente da CDH — Rádio Senado
Salão Nobre

Porte de armas não reduz criminalidade, diz presidente da CDH

A presidente da Comissão de Direitos Humanos, sen. Regina Sousa (PT-PI), reconheceu, em entrevista ao Salão Nobre, que aumentam as vozes no Congresso e na sociedade a favor do porte de armas. Para ela, porém, essa não é a solução para a criminalidade: “A sociedade cobra da gente, o parlamentar acha que a solução mais fácil é liberar o armamento, mas não vai dar certo”. A senadora acredita que liberar o porte de armas não amedronta os bandidos e que eles não vão deixar de abordar as pessoas. Ela defende melhorias da segurança pública, por exemplo, combate efetivo ao tráfico de drogas, pois, segundo ela, os mercados de droga e de armas têm “os mesmos personagens”.

Regina Sousa é contra a liberação do porte e também da posse de armas, mesmo em áreas rurais, o que poderá ser permitido caso os parlamentares aprovem o PLS 224/2017, em análise na Comissão de Constituição e Justiça. Na visão da senadora, a proposta abre um precedente perigoso. “A arma estimula a pessoa a ficar valente, a se sentir segura, e pode fazer besteira”. Ela também ponderou que crianças podem ter acesso em casa, como no caso do atentado num colégio em Goiânia, em que um adolescente de 14 anos matou dois colegas e feriu quatro, usando a arma do pai, policial.

Regina afirmou que, no Congresso, a pressão pelo armamento vem da indústria de armas e os parlamentares já têm sua opinião formada. Na sociedade, porém, ainda é possível debater e convencer a população de que “a solução não é ter arma”. A presidente da CDH informou que vai pedir que os projetos sobre armamento passem pela análise da comissão, mas caso não seja possível, que o tema pelo menos seja debatido no colegiado.

06/11/2017, 17h45 - ATUALIZADO EM 13/11/2017, 09h07
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