O discurso e a prática: promessas da Constituição que não saíram do papel
No dia 5 de outubro de 1988, a chamada Constituição Cidadã foi promulgada em clima de festa e trazia como promessa a esperança de tempos melhores, uma nova época de tolerância e progresso. A Carta Magna foi anunciada em um discurso histórico feito pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte, o deputado Ulisses Guimarães, como “o documento da liberdade, da democracia e da justiça social”.
Um símbolo da redemocratização do país, o texto consagrou uma série de direitos e garantias individuais e estabeleceu as regras que devem ser seguidas pelos cidadãos e pelos poderes da República. No entanto, 30 anos depois, muitos avanços previstos não chegaram para milhões de brasileiros
Na série “O discurso e a prática: As promessas da Constituição cidadã que não saíram do papel”, o jornalista George Cardim, da Rádio Senado, relembra a intensa mobilização da sociedade nos 21 meses de debates e negociações no Congresso Nacional. Também revela com depoimentos de pessoas comuns e especialistas o descompasso entre as esperanças do Constituinte e a realidade das ruas. E traz críticas e queixas aos direitos que são cotidianamente negligenciados, como a saúde, a educação, a demarcação de terras indígenas e um salário mínimo digno.