Senado aprova dois projetos do pacote de corte de gastos — Rádio Senado
Plenário

Senado aprova dois projetos do pacote de corte de gastos

Os senadores aprovaram dois projetos do pacote de corte de gastos do governo. Entre os principais pontos do PLP 210/2024 impede o aumento da concessão de benefícios fiscais e até da seguridade social, como seguro-desemprego, se houver déficit nas contas públicas. A iniciativa da equipe econômica também permite o contingenciamento das emendas parlamentares não impositivas e libera o uso de recursos de fundos públicos para fazer superávit. O Senado também aprovou em dois turnos a proposta de emenda à Constituição (PEC 54/2024) que vai restringir a concessão e reduzir o valor do abono salarial e enquadrar as verbas indenizatórias no teto do funcionalismo público. O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), declarou que as mudanças feitas aos projetos pelos deputados e mantidas no Senado enfraquecem o pacote como um todo. Mas o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), ressaltou que as alterações não comprometem a economia prevista de R$ 300 bilhões ao longo de quatro anos. O projeto segue para a sanção presidencial e a PEC poderá ser promulgada nesta sexta-feira.

20/12/2024, 01h37
Duração de áudio: 03:13
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
SENADO APROVA DOIS PROJETOS DO PACOTE DE CORTE DE GASTOS DO GOVERNO, INCLUINDO O QUE LIMITA O AUMENTO DE BENEFÍCIOS FISCAIS E PERMITE O BLOQUEIO DE EMENDAS PARLAMENTARES. A OPOSIÇÃO ALERTA QUE MUDANÇAS FEITAS PELOS DEPUTADOS E MANTIDAS PELOS SENADORES ÀS DUAS PROPOSTAS ENFRAQUECEM O PACOTE DA EQUIPE ECONÔMICA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O primeiro projeto aprovado do pacote de corte de gastos proíbe a concessão, ampliação e prorrogação de incentivos ou benefícios fiscais quando houver déficit, ou seja, as contas do governo estiverem no vermelho.Também limita o crescimento real das despesas com pessoal, encargos e  benefícios da seguridade social, como aposentadorias e auxílio-doença. A proposta permite o bloqueio de 15% das emendas parlamentares não impositivas. Pelo projeto, a equipe econômica poderá usar recursos de cinco fundos públicos para fazer o superávit, com exceção dos da Marinha Mercante, Antidrogas e de Aviação Civil. O líder da oposição, senador Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, alertou que as mudanças feitas pelos deputados e mantidas no Senado diminuíram a economia prevista pelo governo, enfraquecendo o pacote.  Esse pacote dito fiscal começa com uma perspectiva de R$ 70 bilhões, que se transformaram em R$ 40 e eu não sei nem como é que vai ficar no final com as desidratações a que ele foi submetido na tramitação na Câmara e até aqui no Senado. Ou se tem seriedade na apresentação de medidas que de fato corrijam essa trajetória ascendente do crescimento da nossa dívida pública ou a economia como um todo vai sentir dificuldades em acreditar no governo. Os senadores também aprovaram a proposta de emenda à Constituição que vai restringir a concessão do abono salarial e reduzir o seu valor de 2 para um salário mínimo e meio. A PEC também muda os repasses do governo federal para o Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Mas os senadores conseguiram alterar o texto para garantirem os repasses da merenda escolar.  A proposta também determina que as verbas indenizatórias de servidores públicos serão incluídas no teto do funcionalismo, que será de R$ 46,3 mil no ano que vem. Mas as exceções vão depender da aprovação do Congresso Nacional. O líder do governo, senador Randolfe Rodrigues, do PT do Amapá, assegurou que as mudanças feitas às duas propostas não comprometem a meta da equipe econômica.  Não vai mudar muito do que foi encaminhado pelo governo. Nós tínhamos previsto para o próximo ano uma economia de R$ 70 bilhões e ao longo de quatro anos de 300 bilhões de reais. Nós vamos cumprir essas metas mesmo com as mudanças porque acabamos de aprovar um PL que é central para o controle das contas públicas. É um PL que cria cláusulas e cria limites concretos para eventuais reajuste de fundos públicos e coloca eventuais desonerações tributárias vinculadas ao superávit primário e não ao aumento do déficit. Só esse projeto per si trará um impacto muito positivo para as contas públicas. O projeto aprovado pelo Senado também acaba com a cobrança do DPVAT, que indeniza vítimas de acidentes de trânsito. Recriado no início do ano, o seguro voltaria a ser cobrado no ano que vem. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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