Senadores se mobilizam por apuração de narcotráfico e garimpo ilegal na Amazônia — Rádio Senado

Senadores se mobilizam por apuração de narcotráfico e garimpo ilegal na Amazônia

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitou a criação de uma comissão externa temporária para investigar a violência na região amazônica resultante do narcotráfico, garimpo ilegal e desmonte de instituições de proteção da floresta e dos indígenas. Caso do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips também deve ser alvo de apuração do colegiado. A comissão externa terá 9 membros e prazo de 60 dias para apresentar suas conclusões.

13/06/2022, 19h26 - ATUALIZADO EM 13/06/2022, 19h26
Duração de áudio: 03:03
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
COMISSÃO EXTERNA DEVE APURAR DENÚNCIAS DE NARCOTRÁFICO, DESMATAMENTO E GARIMPO ILEGAL NA AMAZÔNIA, ALÉM DO CASO DO DESAPARECIMENTO DE UM INDIGENISTA E UM JORNALISTA INGLÊS. SENADORES MANIFESTAM PREOCUPAÇÃO COM VIOLÊNCIA NA REGIÃO. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO.   Uma comissão externa temporária deve investigar o aumento da criminalidade na Amazônia devido a reiteradas denúncias de narcotráfico, madeireiras e garimpo ilegais. O autor da iniciativa, senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, acredita que o desmonte de órgãos de defesa na região tem levado a situações como o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índío, a Funai. RANDOLFE A Amazônia foi entregue a todo tipo de banditismo político ou banditismo organizado. Isso porque foram desmantelados todos os mecanismos e instrumentos que existiam de defesa da Amazônia. Foi entregue ao banditismo do garimpo ilegal, das madeireiras ilegais, foi entregue ao narcotráfico. Era esta associação criminosa, no Vale do Javari, contra a qual Dom Phillips, Bruno Pereira e os povos indígenas lutavam. O Ibama foi desmantelado. Todas as formas de fiscalização de desmatamento – a Funai, entre outras instituições – foram destruídas e desmanteladas.  A comissão externa será formada por 9 senadores, integrantes das comissões permanentes de Direitos Humanos, de Meio Ambiente e de Constituição e Justiça. Para apurar o caso do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips, os parlamentares deverão ir ao Vale do Javari, no estado do Amazonas, e, conforme afirmou Randolfe Rodrigues, podem buscar subsídios para instalação de uma eventual Comissão Parlamentar de Inquérito. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também chamou atenção para o grave problema na região amazônica: PACHECO É um problema gravíssimo de criminalidade organizada. Segundo se sabe, o Bruno Araújo Pereira vinha denunciando uma série de irregularidades, de crimes praticados naquela região, de atentados a povos indígenas, de descumprimento da lei, de um Estado paralelo ali implantado. É uma situação das mais graves do Brasil. Há uma ofensa ao Estado brasileiro, há uma ofensa às instituições. E nós do Senado Federal precisamos nos colocar ao lado das forças policiais, das Forças Armadas, do Ibama, da Funai, do ICMBio. Para o senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, o caso de Bruno Araújo e Dom Phillips traz à tona a situação envolvendo garimpo e desmatamento na região da tríplice fronteira amazônica. PLÍNIO Esse episódio tá servindo pra chamar atenção do mundo também pra insegurança que permeia na Amazônia. Colômbia, Peru e Brasil: ali é comum pessoal do Peru, da Colômbia atravessar o rio, tirar madeira no Brasil e voltar pra lá, assim como acontece com ouro, diamante... É muito complicado! Tráfico de drogas ali reina. Aquela área é muito perigosa. Aeronáutica, Marinha e Exército trabalham com limitações. Que esse episódio, que é lamentável, sirva pra chamar atenção daqueles que dizem defender a Amazônia, que querem uma Amazônia preservada, mas não ajudam na prática a povoar, a tomar conta da Amazônia. A comissão externa terá prazo de 60 dias para apresentar suas conclusões. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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