Artistas, parlamentares e ativistas reivindicam maior representatividade feminina nos espaços de poder — Rádio Senado
Mais Mulheres na Política

Artistas, parlamentares e ativistas reivindicam maior representatividade feminina nos espaços de poder

A tarde desta segunda-feira (30) foi marcada no Senado por reflexões sobre a dificuldade de aumentar a representatividade feminina nos espaços de poder. Artistas, políticos e estudiosos apresentaram dados sobre os poucos cargos de decisão ocupados por mulheres em todos os setores da sociedade. Carta assinada por deputadas e senadoras ao final do seminário Mais Mulheres na Política convoca à participação nas eleições para mudar o quadro atual.

30/05/2022, 20h45 - ATUALIZADO EM 30/05/2022, 20h45
Duração de áudio: 03:09
Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
SEMINÁRIO MAIS MULHERES NA POLÍTICA REÚNE ARTISTAS, INTELECTUAIS, FIGURAS PÚBLICAS E PARLAMENTARES NO PLENÁRIO DO SENADO. DOCUMENTO DIVULGADO NO FINAL DO EVENTO INCENTIVA PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NAS ELEIÇÕES E O VOTO EM QUEM DEFENDE DEMOCRACIA E PAUTAS FEMININAS. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. O seminário Mais Mulheres na Política, que aconteceu na tarde desta segunda-feira no Plenário do Senado, reuniu representantes da sociedade civil e de instituições públicas para debater maior representatividade feminina nos três Poderes da República. Coordenadora regional do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, Juliet Matos falou sobre as dificuldades enfrentadas para acesso aos espaços de poder. JULIET Dentro do fórum a gente discute muito todos os dias a dificuldade de ser uma mulher, seja uma dirigente partidária, seja uma candidata. O Brasil é um dos países com pior representação de mulheres dentro dos espaços de poder. A gente tá falando aqui do Congresso Nacional de 15% quando nós somos 52% do eleitorado brasileiro. Uma a cada sete pré-candidatos a governador é mulher. Pouquíssima participação no Legislativo, no Executivo e em todos os outros espaços de poder. Na mesa temática Mulher na Política, a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia destacou que a Constituição estabelece o que não acontece na dimensão desejada e a política demonstra que a igualdade determinada constitucionalmente não é real. Ela defendeu que desde o ensino fundamental o processo eleitoral seja explicado nas escolas.    CÁRMEN LÚCIA É preciso que estejamos todos, mulheres e homens, juntos por essa luta, pela efetividade de um direito que no texto constitucional nós conquistamos, mas na sociedade nós não conseguimos dotar de eficácia. O preconceito se passa pelo olhar e o Direito não pode acabar com o preconceito. É preciso que a gente saiba ouvir as pessoas e falar sobre os seus direitos, o direito de ter direitos, de ser tratado em igualdade dentro de casa, no trabalho. Não vai passar por decreto nem por decisão judicial o fim da camaradagem masculina que muitas vezes leva a tal cargo no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas, nas câmaras municipais. Líder da Bancada Feminina no Senado Federal, a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, agradeceu o empenho na realização do seminário a todas as artistas, intelectuais e parlamentares. Ela ressaltou o perfil que tem defendido para a escolha de representantes políticos. ELIZIANE Nós queremos fazer um chamamento das mulheres brasileiras para escolher homens e mulheres comprometidos com a pauta feminina, com a justiça social, com as causas humanitárias. Nós podemos, ao escolher essa representação política nacional, não há dúvida nenhuma, de que nós escolheremos mulheres que poderão nos livrar dos atos de barbárie e desumanidades que a gente tem visto, nos últimos tempos, na sociedade brasileira. Lida ao final do seminário por Eliziane Gama, a carta compromisso enfatiza o pedido para que as mulheres compareçam às urnas nas eleições de outubro deste ano para votar em candidatas e candidatos que defendam a democracia e pautas de interesse feminino. O documento foi assinado também pela procuradora da Mulher do Senado Federal, senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, pela coordenadora da Bancada Feminina da Câmara, deputada Celina Leão, e pela procuradora da Mulher da Câmara, deputada Tereza Nelma. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.  

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