Começa discussão no Senado do 'Orçamento de Guerra' — Rádio Senado
Covid-19

Começa discussão no Senado do 'Orçamento de Guerra'

O Plenário do Senado deverá votar nesta quarta-feira, dia 14, os dois turnos da Proposta de Emenda à Constituição que cria o chamado Orçamento de Guerra. O Regime Extraordinário Fiscal, Financeiro e de Contratações para enfrentamento do coronavírus autoriza o governo federal a simplificar os processos de contratações, obras e compras no período da pandemia do coronavírus. O relator, senador Antonio Anastasia (PSD-MG), destacou que as autorizações dos gastos só valerão até o final do ano com a exigência da prestação de contas. Mas o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra a votação rápida da proposta. Ele questiona os superpoderes concedidos ao Banco Central que poderá comprar e vender títulos do mercado secundário.  As informações são da repórter Hérica Christian.

13/04/2020, 20h49 - ATUALIZADO EM 13/04/2020, 20h51
Duração de áudio: 02:43
Aguas Lindas de Goiás - GO, 11/04/2020) Presidente da República Jair Bolsonaro, durante visita ao Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás.

Foto: Marcos Corrêa/PR
Foto: Marcos Corrêa/PR

Transcrição
LOC: SENADO COMEÇA A DISCUTIR MUDANÇA NA CONSTITUIÇÃO PARA CRIAR O ORÇAMENTO DE GUERRA A FIM DE FACILITAR OS GASTOS NO PERÍODO DA CRISE DO CORONAVÍRUS. LOC: MAS SENADOR RECORRE AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONTRA VOTAÇÃO RÁPIDA DA PROPOSTA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: A Proposta de Emenda à Constituição cria o Regime Extraordinário Fiscal, Financeiro e de Contratações para o enfrentamento do coronavírus. A PEC autoriza o governo federal a adotar processos simplificados de contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, de obras, serviços e de compras para atender às necessidades urgentes. A proposta também suspende a regra de ouro para permitir ao governo se endividar a fim de pagar despesas correntes, como salários. A PEC ainda autoriza o Banco Central a comprar e a vender títulos e o Tesouro Nacional a usar esses recursos para o pagamento de juros e encargos da dívida. O relator, senador Antonio Anastasia, do PSD mineiro, afirmou que o chamado Orçamento de Guerra vai dar agilidade às ações do governo. (Anastasia) Desde o dia 20 de março, uma situação atípica em função da pandemia. Portanto, devemos permitir ao governo todos os instrumentos administrativos e jurídicos possíveis para enfrentar as consequências desta grave calamidade. E um deles é exatamente permitir que o governo adote medidas de natureza financeira e administrativa para que possa combater de modo efetivo a pandemia e suas consequências na área da saúde, da economia e social. REP: O senador Alessando Vieira, do Cidadania de Sergipe, recorreu ao Supremo Tribunal Federal para cancelar a votação rápida do Orçamento na Câmara dos Deputados. Ele argumentou que a autorização para o governo federal fazer gastos poderia ser feita por projeto de lei e não por mudança na Constituição. E questionou os superpoderes dados ao Banco Central. (Alessandro) Não é possível que a gente tenha que tolerar a Constituição Federal ser rasgada a pretexto de uma urgência de combate à epidemia que não se configura no texto específico que estamos analisando. Aquilo tudo que está descrito na PEC 10 e que faz referência ao Orçamento pode ser tratado tranquilamente por projeto de lei, um Projeto de Lei Complementar, sem nenhum tipo de problema ou restrição jurídica. E aí sim poderia tramitar. Mas a PEC não. A PEC não está incluída dentre as matérias que podem ser votadas em regime de urgência. A PEC tem uma série de repercussões no ordenamento jurídico que você precisa respeitar. REP: A Proposta do Orçamento de Guerra autoriza o Congresso Nacional a sustar os atos do Banco Central. E assegura que a distribuição de equipamentos essenciais, como respiradores, máscaras e testes do coronavirus, siga critérios técnicos que mostrem a necessidade de cada estado. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

Ao vivo
00:0000:00