CCJ aprova obrigatoriedade de normas de compliance em partidos políticos
A Comissão de Constituição e Justiça aprovou projeto que obriga partidos políticos a seguirem normas de compliance e princípios éticos, além de responsabilidade social. A proposta ainda determina a suspensão dos recursos do Fundo Partidário caso a legenda descumpra as normas. Ouça mais detalhes na reportagem de Paula Groba, da Rádio Senado.

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA APROVOU OBRIGATORIEDADE DE PARTIDOS POLÍTICOS SEGUIREM NORMAS DE COMPLIANCE E PRINCÍPIOS ÉTICOS, ALÉM DE RESPONSABILIDADE SOCIAL.
LOC: A PROPOSTA PREVÊ A SUSPENSÃO DOS REPASSES DO FUNDO PARTIDÁRIO NOS CASOS DE IRREGULARIDADES. REPÓRTER PAULA GROBA.
(Repórter) Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, o projeto obriga os partidos políticos a submeterem dirigentes, filiados e terceiros a programas de compliance, que seriam regras de conduta ética a serem seguidas por todos. Caso descumpram essas normas, as legendas deixarão de receber recursos do Fundo Partidário. Contrário à proposta, o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, alegou ser desnecessário submeter até prestadores de serviço aos partidos a essa espécie de código de conduta. Ele argumentou que o Ministério Público e a Justiça Eleitoral já fiscalizam as legendas. Humberto Costa defendeu que os partidos políticos sejam obrigados a dar publicidade e transparência do balanço contábil, que já é enviado à Justiça Eleitoral.
(Humberto Costa) Esse projeto, da forma como ele está construído vai submeter os partidos políticos há uma ingerência há uma interferência na sua forma de estruturação e de organização que quebram fundamentalmente o seu princípio garantido pela constituição dá autonomia.
(Repórter) O relator, senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, no entanto, rejeitou a sugestão de Humberto Costa. Ele argumentou que essas normas não comprometem a autonomia dos partidos.
(Randolfe Rodrigues) Por razões óbvias pelo recebimento de recursos públicos não podem fazer a utilização ao bel-prazer então o princípio constitucional da Autonomia mas é necessário termos um regramento mínimo que garante autonomia partidária mas ao mesmo tempo assegure a transparência do funcionamento dos partidos.
(Repórter) O autor, senador Antônio Anastasia, do PSDB de Minas Gerais, enfatizou que a ideia do projeto não é tirar a autonomia nem criminalizar os partidos.
(Antônio Anastasia) Nós não devemos jamais criminalizar a política, ao contrário, a boa política deve ser sempre conhecida como a solução dos problemas nacionais mas o projeto de lei na realidade ele caminha no sentido civilizatório na medida que estimula para que os partidos adotem as técnicas modernas de integralidade.
(Repórter) A proposta ainda autoriza o Ministério Público ou partido político a entrar com uma representação na Justiça Eleitoral em caso de denúncia contra alguma legenda por falta de efetividade ou inexistência de programa de integridade. O projeto segue para votação no Plenário do Senado.