Senadores debatem relatório final da Comissão Especial do Impeachment — Rádio Senado
Impeachment

Senadores debatem relatório final da Comissão Especial do Impeachment

03/08/2016, 19h43 - ATUALIZADO EM 03/08/2016, 19h43
Duração de áudio: 03:04
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: SENADORES CONTRA O IMPEACHMENT VOLTAM A AFIRMAR QUE PROCESSO É POLÍTICO E SEM PROVAS. LOC: JÁ OS PARLAMENTARES FAVORÁVEIS À SAÍDA DEFINITIVA DA PRESIDENTE AFASTADA INSISTEM NO COMETIMENTO DO CRIME DE RESPONSABILIDADE. O RELATÓRIO SERÁ VOTADO NESTA QUINTA-FEIRA PELA COMISSÃO ESPECIAL DE IMPEACHMENT. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. (Repórter) Foram cinco horas de discussão do relatório do senador Antonio Anastasia, do PSDB de Minas Gerais, favorável ao julgamento de Dilma Rousseff pelo Plenário do Senado. Cada integrante da Comissão Especial do Impeachment teve até 10 minutos para se posicionar sobre o parecer. Ao reafirmar que a presidente afastada não cometeu crime de responsabilidade, o senador Humberto Costa do PT de Pernambuco cobrou as provas. (Humberto Costa) No conteúdo, não há qualquer tipo de comprovação que a presidente tenha praticado qualquer tipo de crime. Pouco importa se o número de dias dados à defesa e se os prazos estão de acordo com a Lei, dentro da Constituição. O importante é que o mérito, o conteúdo é falso. (Repórter) A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, disse que a prova do crime de responsabilidade está na recessão da economia. E sustentou que a punição de Dilma vale para todos os agentes públicos que maquiarem as contas públicas. (Antonio Anastasia) Então, a lei é para todos. Se a Lei existe é para ser aplicada. Esse é julgamento político e como tal devemos nos comportar. (Repórter) A senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, voltou a classificar o processo de impeachment. (Gleisi Hoffmann) É um golpe. Não tem como tirar uma presidenta da República por crime comum ou de responsabilidade. O que ficou claro para a Nação é que ela não cometeu nenhum crime. Se for para julgar pelo conjunto da obra, então tem que se submeter a uma eleição. Aí é só o processo eleitoral e o povo brasileiro que podem julgá-la. (Repórter) Argumento rebatido pelo senador José Medeiros, do PSD de Mato Grosso. (José Medeiros) Isso é uma falácia. Golpe homeopática, seria? Porque golpe que eu sei, até na madeira, quando você dá um golpe você dá de uma vez só. Isso aqui nem literalmente se sustenta. (Repórter) O senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, alegou que os atos considerados crimes foram praticados por outros presidentes da República. (Lindbergh Farias) Nas pedaladas, não tem autoria por parte dela e o próprio Ministério Público disse que não era operação de crédito. Em relação aos três decretos suplementares, não tem dolo por parte da presidenta. Ela apenas assinou. Então, não teve dolo, não teve a intenção de praticar o crime. (Repórter) O senador Dário Berger, do PMDB de Santa Catarina, avalia que Dilma tem que ser punida pelas consequências dos atos. (Dário Berger) Ficou mais do que demonstrado no relatório do senador Anastasia e pelas oitivas que a presidente da República cometeu crime de responsabilidade. E cometendo crime de responsabilidade, a Constituição imputa ao seu afastamento. (Repórter) O último a se manifestar foi o advogado de Dilma. Ao rebater pontualmente o relatório de Anastasia, José Eduardo Cardozo classificou o documento de uma paixão política desprovida de provas. (José Eduardo Cardozo) Ele é apaixonado porque é motivado pela paixão partidária e não pela razão dos fatos, não pela justiça, não pelos documentos que são trazidos, não pelos testemunhos. (Repórter) Antonio Anastasia disse que responderá Cardozo na votação da pronúncia no Plenário no dia 9, já que neste processo a palavra final é da defesa. O relatório, no entanto, será votado pela Comissão Especial nesta quinta-feira.

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