Subcomissão da Verdade ouve familiares de mortos e desaparecidos políticos — Rádio Senado

Subcomissão da Verdade ouve familiares de mortos e desaparecidos políticos

LOC: A SUBCOMISSÃO DA VERDADE, MEMÓRIA E JUSTIÇA DO SENADO OUVIU NESTA TERÇA-FEIRA FAMILIARES DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS.  

LOC: APESAR DE RECONHECER A IMPORTÂNCIA DA COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE, OS FAMILIARES AINDA COBRAM RESPOSTAS. REPÓRTER RENINA VALEJO.  

(Repórter) “Até hoje espero a verdade, não sei como foi que ele desapareceu, porque uma incerteza é a coisa pior do mundo. Às vezes ficando assim pensando... Será que ele vai chegar?”. 

(Repórter) Dona Elzita Santa Cruz vai completar 100 anos em outubro e ainda não tem uma resposta definitiva sobre o que aconteceu com seu filho, Fernando Santa Cruz. No sábado de carnaval de 1974, ele foi preso por agentes do DOI-CODI, no Rio de Janeiro. A representante dos familiares, Iara Xavier, cujos dois irmãos e o companheiro foram assassinados com um tiro na nuca, reconhece que a criação da Comissão Nacional da Verdade foi um avanço, mas é preciso ir além. 

(Iara Xavier) Expressamos a necessidade e a importância de convocar os agentes do Estado responsáveis pelos crimes de tortura, assassinato e desaparecimento. Sabemos que é difícil obter resultado, mas eles podem avançar, pois a história, ela não vai poder ser sepultada sob um nome falso, como os mortos no cemitério de Perus, porque eles vão ressurgir, e clamam por justiça”. 

(Repórter) O sobrinho do líder estudantil Honestino Guimarães, Mateus Guimarães, também questionou os 16 meses de trabalho da Comissão Nacional da Verdade. 

(Mateus Guimarães) “Quais foram as circunstâncias do seqüestro, quais foram as circunstâncias do assassinato, quem eram os agentes que estavam envolvidos, quem deu a ordens? Uma série de perguntas que nós realmente esperamos que a Comissão Nacional da Verdade traga as respostas”. 

(Repórter) A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Presidência da República com o objetivo de esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período de 1946 a 1988. E deve concluir seu trabalho em maio do ano que vem. O presidente da Subcomissão da Verdade no Senado, senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, anunciou que pretende continuar as audiências públicas, e ouvir as vítimas da ditadura nos locais onde foram torturadas. Ele lembrou que nesta segunda-feira, os parlamentares visitaram o prédio do Batalhão da Polícia do Exército, onde funcionou o DOI CODI, no Rio de Janeiro. 

(João Capiberibe) “Nós temos que buscar verdadeiramente o que aconteceu em nosso país. Vamos continuar, essa comissão está aberta para trabalharmos em conjunto, no sentido de acelerar o processo de recuperação de nossa memória”. Também participaram da audiência pública desta terça-feira representantes do Ministério da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
24/09/2013, 09h31 - ATUALIZADO EM 24/09/2013, 09h31
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