Sarney quer que acusados de homicídio respondam ao processo presos — Rádio Senado

Sarney quer que acusados de homicídio respondam ao processo presos

LOC: O PRESIDENTE DO SENADO DEFENDEU MUDANÇAS NA LEI PARA QUE ACUSADOS DE ASSASSINATO RESPONDAM AO PROCESSO PRESOS MESMO ANTES DO JULGAMENTO. 

LOC: O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE ADESÃO DO CONGRESSO NACIONAL À CAMPANHA PARA REDUZIR OS CASOS DE HOMICÍDIOS BANAIS. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. 

(Repórter) Com o lema “Conte até 10”, o Conselho Nacional do Ministério Público lançou uma campanha para estimular a população a não se valer da violência em discussões cotidianas. Segundo o Ministério da Saúde, somente em 2011, cerca de 38 mil pessoas foram assassinadas por motivos fúteis, como brigas no trânsito, em estádios de futebol e bares. A conselheira Tais Ferraz pediu ao presidente do Senado, José Sarney, do PMDB do Amapá, que o Congresso Nacional exiba as mensagens em seus veículos de comunicação: Rádio, TV e internet. Ela destacou que 80% dos casos de assassinato foram cometidos por pessoas sem antecedentes criminais.

(Tais Ferraz) O Brasil é o país que tem o maior número absoluto de homicídios do mundo. Se chegarmos à conclusão quando concluirmos o levantamento de que metade dos homicídios acontece por essa razão, está na mão da sociedade mudar esse quadro.O Estado tem sim que fazer sua parte buscando punir os crimes que acontecem e investigar os crimes que acontecem. Mas também há necessidade de prevenção. Há uma necessidade de romper com a cultura de violência no país. 

(Repórter) O senador José Sarney se disse preocupado com a banalização da violência no país. Ele lembrou que o número de mortos por motivos banais é superior ao de algumas guerras. Ele defendeu a votação de um projeto de autoria dele que vai aumentar a pena para todos os tipos de homicídio, obrigar os acusados de assassinato a responderem ao processo na prisão, dificultar a mudança de regime de concessão de benefícios, além de classificar os acidentes com morte no trânsito como crime doloso. 

(José Sarney) Infelizmente, não noto uma sensibilização da Casa nem uma consciência nacional dizendo que essa tragédia que o país vive é porque passamos a não dar nenhum valor à vida. Passamos a considerar o crime de morte e a eliminação da vida como algo banal. Isso realmente degrada o ser humano. É impossível que a gente possa pensar que isso ocorra. 

(Repórter) O projeto de José Sarney, que foi apresentado em março deste ano, aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça. O senador Flexa Ribeiro do PSDB do Pará emitiu parecer pela aprovação da proposta.
19/11/2012, 08h08 - ATUALIZADO EM 19/11/2012, 08h08
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