Polícia Federal poderá investigar crimes cometidos por milícias — Rádio Senado

Polícia Federal poderá investigar crimes cometidos por milícias

LOC: A ATUAÇÃO E OS CRIMES COMETIDOS POR MILÍCIAS PODERÃO SER INVESTIGADOS PELA POLÍCIA FEDERAL. É O QUE DETERMINA UM PROJETO DO SENADOR MARCELO CRIVELA, DO PRB DO RIO DE JANEIRO.

LOC: A PROPOSTA DEVE SER ANALISADA PELA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA. MAIS DETALHES COM O REPÓRTER GEORGE CARDIM.

(REPÓRTER) A proposta do senador Marcelo Crivela, do PRB do Rio de Janeiro, determina que a Polícia Federal deverá investigar a atuação e os crimes cometidos por militares e policiais que atuam nas milícias. No entanto, a proposta mantém o julgamento dos processos na Justiça estadual. Essas organizações paramilitares são formadas por pessoas da comunidade, policiais, bombeiros, militares, vigilantes e agentes penitenciários e agem em bairros pobres e favelas. As chamadas milícias intimidam e cobram uma taxa ilegal dos moradores e comerciantes em troca de proteção contra ladrões e traficantes. Também controlam a venda de gás, os serviços clandestinos de tevê a cabo e a distribuição de água e eletricidade. Segundo o Núcleo de Pesquisas das Violências da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, até o final de 2010, antes da operação no complexo do Alemão, as milícias dominavam mais de 400 das mil e seis favelas que existem no Rio de Janeiro. O senador Marcelo Crivela disse que milícia é polícia bandida e o ideal é que esse tipo de crime seja investigado pela Polícia Federal.

(MARCELO CRIVELLA) Eu sei que a maior parte da polícia é honrada, mas é difícil dar flagrante em quem conhece os princípios da investigação, em quem tem informações dos detalhes e – pior – pode ameaçar ou se vingar daquele colega cujo domicílio, escola do filho e trabalho da esposa se conhece. Federalizando o crime de milícia, nós vamos poder trazer agentes da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul, uma polícia sem face que vai poder investigar e fazer as operações sem ter que correr o risco de represálias.

(REPÓRTER) A proposta está em análise na Comissão de Constituição e Justiça e, se for aprovada, deve ser encaminhada para a Câmara dos Deputados.
26/01/2012, 00h43 - ATUALIZADO EM 26/01/2012, 00h43
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