Voto proporcional em lista fechada pode ser adotado para eleger deputados — Rádio Senado

Voto proporcional em lista fechada pode ser adotado para eleger deputados

LOC: O VOTO PROPORCIONAL EM LISTA FECHADA PODERÁ SER ADOTADO NAS ELEIÇÕES DE DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS, DISTRITAIS E VEREADORES. ISSO, SE SEGUIR ADIANTE O ANTEPROJETO APROVADO NA COMISSÃO DA REFORMA POLÍTICA DO SENADO. 

LOC: O ANTEPROJETO PASSARÁ AINDA PELA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA ANTES DE SEGUIR PARA O PLENÁRIO E DEPOIS PARA A CÂMARA DOS DEPUTADOS. ENTRE OS SENADORES, ASSIM COMO NA POPULAÇÃO, A LISTA FECHADA DIVIDE OPINIÕES. A REPORTAGEM É DE NARA FERREIRA. 

TÉC: O sistema proporcional em lista fechada fortaleceria os partidos, porque o eleitor não vota no nome de um candidato, mas sim na sigla partidária de sua preferência. É o que explica o consultor legislativo do Senado, Gilberto Guerzoni. (GUERZONI) O eleitor hoje vota em um candidato, e esse voto serve para ordenar a lista. Na nova sistemática, na lista fechada, o eleitor não vota mais em um nome, mas apenas no partido. Ele vai escolher: Quero votar no partido x, quem vai dizer quem vai entrar no Congresso daquele partido é a própria convenção do partido, antes da eleição. O partido diz, olha, se eu tiver dez cadeiras, vai entrar o deputado fulano, beltrano, sicrano. E assim sucessivamente. (REP) Mas o sistema de voto proporcional em lista fechada terá um longo percurso para se tornar lei. E as barreiras a serem rompidas começam já no próprio Senado, onde o anteprojeto deverá ser aprovado ainda na Comissão de Constituição e Justiça e no Plenário. Alguns senadores, entre eles Roberto Requião, do PMDB do Paraná, avisaram que vão apresentar emendas para alterar o sistema escolhido pela Comissão da Reforma Política. Outros parlamentares, como o senador Itamar Franco, do PPS de Minas Gerais, querem que a reforma política seja confirmada posteriormente em consulta popular. Entre a população, o voto em lista fechada também divide opiniões. A universitária Maria Adeilda Oliveira, de Rio Branco, no Acre, em visita ao Senado, disse que discorda da lista fechada. E usou a palavra ¿proximidade¿ para defender o voto no nome do candidato. (MARIA ADEILDA OLIVEIRA) Com certeza prefiro votar no candidato, na pessoa porque, partido em lista fechada, partido é mais elitizado, não tem proximidade, não tem contato com a pessoa. (REP) O estudante Eduardo Catelani, da Escola Britânica de São Paulo, de apenas 15 anos, defendeu o voto em lista pré-definida pelo partido e explica por quê. (EDUARDO CATELANI) você votando no partido, o partido representa suas idéias, seus ideais. Então o partido elegeria uma pessoa e essa pessoa compartilharia suas idéias porque você votou no partido. compartilhando as idéias, você não necessariamente precisa votar numa pessoa em si, mas vota num partido que pensa do mesmo jeito que você (REP) O servente Fábio de Souza, morador de Brasília, concorda com o estudante paulista. Para ele, o voto no partido é mais correto. (FÁBIO) Para mim seria melhor no partido, porque tem partido que certas pessoas que não tem oportunidade de estar lá como cabeça, são pessoas melhores, então teria mais oportunidade. Acho que o partido em conjunto faz melhor do que um só. (REP) Já a servidora pública Lenilda Nogueira não vê sentido em votar sem conhecer bem o candidato. (LENILDA) claro que na pessoa, porque você tem oportunidade de escolher pela pessoa. Não vou votar pelo partido porque cada partido pode ter seus grupinhos e eu sou contrária. (REP) O voto proporcional em lista fechada para escolha de deputados e vereadores é adotado em países como Portugal, Espanha e África do Sul. Da Rádio Senado, Nara Ferreira.
30/03/2011, 01h44 - ATUALIZADO EM 30/03/2011, 01h44
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