CMA aprova destaque de população carente em estudo sobre desastre natural

Da Agência Senado | 12/06/2024, 11h44 - ATUALIZADO EM 12/06/2024, 12h05

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou, nesta quarta-feira (12), distinção da população vulnerável nos estudos de riscos climáticos — como enchentes ou desabamentos — realizados para embasar políticas urbanas dos municípios. A sugestão é da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que apresentou emendas de Plenário a projeto que inclui esses estudos entre os instrumentos do Estatuto das Cidades (Lei 10.257, de 2001). Agora, o projeto volta ao Plenário.

Os integrantes do colegiado acataram o relatório do senador Fabiano Contarato (PT-ES) ao projeto de lei (PL) 380/2023, da Câmara dos Deputados. Segundo o relator, as emendas de Eliziane permitem privilegiar pessoas negras e de periferia nas ações propostas pelos estudos para que, em casos de tragédias climáticas, elas permaneçam seguras em suas casas ou se mudem para outros locais.

— Sabemos que a vulnerabilidade climática é maior nas populações negras e periféricas, como consequência do que tem sido chamado de “racismo ambiental” — disse Contarato.

Emendas

As emendas incluem a obrigação de os estudos destacarem “recortes de gênero, raça e renda” das populações analisadas. Além disso, prevê que priorizem medidas para “permanência da população nos territórios” ou seu reassentamento em locais seguros.

No entanto, Contarato rejeitou a emenda de Plenário do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que propõe uma versão alternativa ao projeto com regras para “planos de adaptação à mudança do clima”, que vai além do âmbito do Estatuto das Cidades.

O PL 380/2023 foi aprovado na CMA, presidida pela senadora Leila Barros (PDT-DF), no dia 10 de abril. Mas como recebeu emendas em Plenário, as regras da Casa legislativa obrigam seu retorno às comissões para análise das alterações. Originalmente, a proposta previa apenas a inclusão, no Estatuto das Cidades, dos estudos de vulnerabilidades climáticas e da diretriz de adotar medidas para adaptar as cidades às mudanças climáticas.

Estatuto da Cidade

Publicado em 2001, o Estatuto da Cidade introduziu no Brasil alguns instrumentos de política urbana existentes na Europa. A lei cria regras gerais para o  plano diretor e para desapropriação de terras, entre outros instrumentos. Também estipula diretrizes para as políticas urbanas, de responsabilidade dos municípios, como o direito a cidades sustentáveis, a gestão democrática da cidade e a prevenção e correção dos efeitos negativos do crescimento urbano. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)