Eliziane defende reconvocação de Silvinei, preso nesta quarta

Da Agência Senado | 09/08/2023, 12h04 - ATUALIZADO EM 09/08/2023, 13h20

A relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que vai pedir a reconvocação do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (9) na Operação Constituição Cidadã, que aponta uso da máquina pública para interferir nas eleições de 2022. Acusado de montar barreiras nas estradas para dificultar o acesso de eleitores às urnas, ex-diretor foi ouvido pelo colegiado no dia 20 de junho

Para Eliziane, a CPMI está adotando uma linha de investigação correta e em consonância com fatos. Ela afirmou que, apesar de a comissão não ter tido acesso a inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) nem da Polícia Federal, a prisão de Vasques está em compatibilidade com os trabalhos do inquérito parlamentar. 

— Quando Silvinei esteve na comissão, mentiu de forma escancarada em várias linhas. Tivemos vários pontos que pudemos comprovar, inclusive no momento da oitiva dele. Na sequência, encaminhamos uma representação junto ao Ministério Público Federal, para que tomasse as devidas providências. Logo em seguida, conversei com o presidente [da CPMI], deputado Artur Maia e com a imprensa, [dizendo] que havia a necessidade de reconvocação do Silvinei. E hoje, mais do que nunca, a partir desta prisão, está clara a necessidade dessa reconvocação — disse Eliziane. 

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques entrou na mira da CPMI em razão das blitze realizadas pela instituição nas estradas do Nordeste no dia do segundo turno da eleição presidencial. As operações aconteceram principalmente onde as pesquisas indicavam amplo apoio ao então Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi eleito em segundo turno. 

Acareações

Eliziane sugeriu que a CPMI faça acareações como, por exemplo, entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o superintendente da Polícia na Bahia, Leandro Almada, e entre Silvinei Vasques e integrantes da própria PRF, diante de relatórios e ordens de serviços onde constam claramente, segundo a relatora, um direcionamento desses agentes para a região Nordeste. 

— Esse relatório foi feito com a presença do Silvinei, onde ele teria pedido, inclusive, a retirada de todos os aparelhos celulares e de qualquer instrumento de comunicação por quem estivesse naquela reunião. Nós aprovamos [na CPMI] um número significativo de documentos, dos quais estamos fazendo o aprofundamento da leitura. De posse dessas informações, faremos então novos requerimentos, inclusive, de novas acareações. 

Em resposta aos jornalistas, Eliziane afirmou que, havendo necessidade, não descarta a possibilidade de ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro na CPMI do 8 de Janeiro.

Divergência

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), porém, discorda da abordagem de Eliziane e condenou a ação da PF, sugerindo ingerência política na instituição no atual governo.

— Vasques é quem está sofrendo a real “violência política”. A Polícia Federal, chefiada pelo amigo íntimo de lula, é usada para perseguição. Atenção PRFs, não TRABALHEM, pois vocês podem ser PRESOS por “ato antidemocrático”. Nem usem camisa do Flamengo com nº 22. O 13 tá liberado — afirmou o senador por meio de suas redes sociais.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)